Procedimento realizado desde 1983, a criopreservação embrionária ou congelamento de embriões tem se mostrado mais atual do que nunca. Neste momento de pandemia, a técnica ganhou nova importância por ser uma opção segura e eficaz para quem pretende adiar os planos de gravidez ou deseja conservar a fertilidade em função da idade.
Um estudo apresentado como tese de mestrado pela ginecologista Laudislena Colodetti sob a orientação do Professor titular e Livre Docente do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Selmo Geber, publicado pelo periódico Cryobiology, mostrou que o aumento no tempo de cultura de embriões em um dia, para tentar melhorar a seleção embrionária antes da transferência para o útero, não aumenta a taxa de gravidez.
“O objetivo do estudo foi avaliar se a seleção de embriões para transferência após cultura prolongada, pós descongelamento, apresenta melhores taxas de gravidez do que selecionar embriões para transferência após cultura curta após descongelamento”, explica o orientador.
Confira a entrevista com o Professor Selmo Gebe:
Quando o congelamento de embriões é indicado?
A preservação dos embriões é uma técnica utilizada em ciclos de tratamento com técnicas de Reprodução Assistida sempre que houver embriões excedentes e quando houver contraindicação para se realizar a transferência à fresco, permitindo o adiamento da mesma. É também utilizada em casos de preservação da fertilidade.
Quais os benefícios em congelar embriões?
Para os casais que desejam uma gravidez, o congelamento dos embriões dos embriões excedentes permite outra transferência de embriões sem a necessidade de um novo ciclo de tratamento, aumentando assim a taxa de gravidez acumulada, por ciclo de tratamento. Para os casais com desejo ou necessidade de adiar o projeto de gravidez, também é um grande benefício.
Quanto tempo o embrião pode ficar congelado?
Pelo conhecimento atual, não existe um tempo limite para utilização dos embriões congelados.
Qual o objetivo do estudo?
Avaliar se a manutenção dos embriões, por mais 24 horas, em cultura, poderia interferir nos resultados de chance de gravidez.
Quais resultados foram obtidos?
Quando comparamos as transferências de embriões congelados e transferidos no mesmo dia (179 pacientes) com aqueles que foram mantidos em cultura por mais um dia após o descongelamento (209 pacientes), a taxa de gravidez foi a mesma.
Importante ressaltar que este é o primeiro estudo duplo-cego (que é o modelo ideal de pesquisa) com esse objetivo. Em resumo, podemos concluir que aumentar o tempo de cultura de embriões em um dia para fazer uma nova seleção embrionária, antes da transferência, não modifica a taxa de gravidez
Fonte: Assessoria de Imprensa