Uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon, que ouviu mais de 1,7 mil pessoas em todo o Brasil, revelou que 38% dos homens entrevistados acreditam que o diagnóstico de câncer de mama pode ser fator determinante para levar ao término de um relacionamento. Além disso, 75% dos homens afirmaram que a doença acaba com a vaidade de qualquer mulher.
O caso da cantora Preta Gil, de 48 anos, que foi diagnosticada com câncer de intestino, foi um dos muitos que já chamou a atenção no país. Pouco depois do anúncio da doença, veio a notícia de seu divórcio com o personal trainer Rodrigo Godoy. Outro exemplo é o da atriz Shannen Doherty, conhecida por seu papel em Barrados no Baile, que anunciou o divórcio após 11 anos de casamento enquanto luta contra um câncer de mama desde 2020.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que sejam registrados 704 mil novos casos por ano no Brasil até 2025. Mas como se não bastasse enfrentar uma doença tão repleta de incertezas, muitas das pacientes precisam lidar com o abandono conjugal, logo quando precisam de mais apoio e suporte – para além da realização de exames e da preocupação com o tratamento.
De acordo com o INCA, as mulheres são particularmente afetadas pelo problema, já que enfrentam uma maior incidência do câncer de mama, com previsão de 74 mil casos novos por ano até 2025.
Apoio durante o tratamento pode acelerar ou piorar recuperação
Segundo Anna Paola Noya Gatto, mastologista e fundadora da Clínica da Mulher, é importante compreender como as relações estão se desenvolvendo mesmo antes do diagnóstico.
“Precisamos compreender a dinâmica atual desta família, investigar se existe intimidade, parceria, comunicação aberta, projetos compartilhados ou se há algum tipo de distanciamento ou conflitos. Os sinais podem estar lá desde antes”, pondera.
Anna Paola destaca que, embora o adoecimento possa ser um fator que desencadeia crises e até mesmo o término de relacionamentos, é essencial considerar que um divórcio ou separação ocorre devido a diversos fatores, enquanto o adoecimento é apenas um motivo que se sobrepõe.
“Devemos considerar a possibilidade de que o câncer possa surgir durante uma crise enfrentada por essa família e refletir sobre a dinâmica existente antes do diagnóstico, assim como os recursos disponíveis para lidar com a crise imposta por essa situação”, ressalta a médica.
A especialista também destaca alguns cuidados cruciais que as mulheres devem adotar para prevenir o câncer de mama. Ela ressalta que uma alimentação equilibrada desempenha um papelão fundamental, assim como a prática regular de exercícios físicos. A redução do consumo de álcool também é recomendada como uma medida preventiva.
Além disso, a especialista enfatiza a importância de realizar exames periódicos, incluindo a mamografia anual, principalmente a partir dos 40 anos. Essa técnica de imagem é amplamente recomendada e pode ser complementada por outros métodos diagnósticos, conforme indicado pelo médico.
Redação Vida & Tal