De cada 10 dermatologistas brasileiros, oito são mulheres. Esse número atesta que a feminilização da medicina, um fenômeno que tem crescido nesse segmento profissional nas últimas décadas, já é uma realidade expressiva na dermatologia. No Brasil, a população do sexo feminino representa 77,9% dos profissionais da especialidade (7.072), enquanto os homens são 22,1% (2.006).
Os dados foram levantados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e divulgados em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (8 de março). Nesta perspectiva, considerando o total da população brasileira (cerca de 210 milhões de pessoas), existem atualmente 4,6 dermatologistas disponíveis para cada grupo de 100 mil habitantes, sendo que 3,4 desses especialistas são mulheres.
“Na dermatologia, as mulheres são maioria tanto entre os médicos quanto entre os pacientes. Essa ascensão feminina é algo essencial na luta por uma sociedade melhor. Sem dúvida, há inúmeros benefícios advindos dessa equalização e hoje, felizmente, já vemos inúmeras profissionais excepcionais ocupando inclusive os mais altos cargos”, afirma o presidente da SBD, Mauro Enokihara.
Mulheres representam 40% dos médicos do país
Este panorama é reflexo do que ocorre na medicina em geral. Os números mais recentes da Demografia Médica Brasileiras, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), revelam que as mulheres configuram cerca de 40% dos médicos do País. Ao longo do tempo, a dermatologia vem acompanhando esse processo e a presença feminina se fortalece cada vez mais nas faixas etárias mais jovens.
Do total de mulheres, aproximadamente 71% das especialistas em pele, cabelos e unhas estão dentro do grupo com até 49 anos. Nessa mesma faixa de idade, o número de médicos corresponde a apenas 47% do total do público masculino. O cenário aponta para uma renovação, com predominância absoluta das mulheres, nas últimas décadas.
Médicas jovens
Na divisão por faixa etária, 1.416 dermatologistas têm até 34 anos (20,1%). A presença é ainda mais expressiva no grupo seguinte, 2.745 médicas têm entre 35 e 44 anos (38,8%). De 45 a 54 anos, são 1.452 mulheres (20,5%). Com idade entre 55 a 64 anos, estão 993 profissionais (14,1%). Já aquelas com mais de 65, são atualmente apenas 466 (6,5%).
A renovação feminina da dermatologia fica ainda mais clara com os dados correspondentes aos programas de residência da especialidade. Considerando informações do começo de 2020, entre os médicos residentes cursando programas de dermatologia, em um total de 722 inscritos, 612 são mulheres, o que representa 84,76% desses profissionais.
“A presença feminina continuará a crescer na dermatologia, o que significa que nossa sociedade precisará estar atenta a aspectos como segurança no exercício da profissão e a maternidade. Discutir esses temas em busca de soluções para problemas que afetam esse segmento é uma necessidade que se impõe”, finaliza o presidente da SBD.
Redação Vida & Tal
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia