Um dia voltado para a doença que ainda é considerada uma emergência global pelas instituições de saúde, a Tuberculose. Este ano o tema da campanha em prol do Dia Mundial da Tuberculose, datada em 24 de março pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é “o tempo está passando”. Um convite aos líderes governamentais e iniciativa privada para o comprometimento com ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e incentivo à pesquisa na busca pela erradicação da doença até 2030.
Quase duzentos anos após a descoberta da bactéria Mycobacterium tuberculosis, por Robert Koch pela primeira vez em 1822, a infecção ainda atinge cerca de 10,4 milhões de pessoas por ano (2019) e quase 490 mil têm tuberculose multirresistente aos medicamentos.
A doença com profundas raízes sociais tem 80% dos casos concentrados em 22 países. A falta de recursos destinados à prevenção e diagnóstico leva à detecção tardia e subnotificação dos casos, enquanto as baixas condições sanitárias favorecem o contágio.
No Brasil, a doença é muito prevalente, sobretudo nos estados do Amazonas e Rio de Janeiro. Somente em 2019, foram detectados 77.000 casos novos e registradas 4.500 mortes por tuberculose, segundo a Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS-MS).
Os sintomas da TB são tosse por mais de duas semanas, cansaço, emagrecimento, febre, perda de apetite e suor excessivo à noite. A tuberculose tem cura e o tratamento é oferecido de forma gratuita pelo SUS. Apesar da melhora dos sintomas logo nas primeiras semanas, é primordial seguir corretamente as orientações do médico durante a terapia completa, que dura no mínimo seis meses.
Tuberculose e Covid-19
Durante a pandemia da Covid-19, o cenário se agravou. Estima-se que houve redução de 25% de testes diagnósticos para a enfermidade. Como os exames de escarro e broncofibroscopia (BFC) foram suspensos por causa do risco de infecção, a estimativa de aumento da mortalidade por TB é de 13%, de acordo com a OMS.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a estratégia da OMS para acabar com a tuberculose até 2030, que conta com o apoio da instituição no Brasil, envolve: diagnosticar e tratar 40 milhões de pessoas com tuberculose em 2022, abrangendo 3,5 milhões de crianças e 1,5 milhão de pessoas com TB multirresistente. Além de oferecer programas de prevenção para as 24 milhões de famílias de pacientes que contraíram a infecção (cerca de 4 milhões são crianças com menos de cinco anos e 6 milhões são pessoas convivendo com HIV), e investir cerca de US$ 13 bilhões por ano nos esforços para conter a TB, incluindo US$ 2 bilhões para a pesquisa.
Redação Vida & Tal
Fontes: Organização Mundial da Saúde (WHO)/ Center of Disease Control and Prevention (CDC-EUA)/ Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)