No mês de setembro é comemorado o Dia Mundial do Coração (29), e intensificado o alerta para a necessidade de cuidar da saúde cardiovascular. Com o tema “Os riscos da pandemia para o seu coração”, a campanha do Setembro Vermelho chama atenção para dados alarmantes. As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 15 milhões de pessoas morrem por DCV todos os anos. No Brasil, as DCV também lideram o triste ranking.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima 1100 mortes por dia no país devido às doenças cardiovasculares: esse número representa o dobro das mortes causadas por todos os tipos de câncer somados e 2,3 vezes mais do que as mortes por acidentes.
O que está por trás das DCV?
É importante frisar que, apesar da influência do perfil genético, boa parte dos fatores de risco associados ao desenvolvimento dessas patologias são modificáveis e se relacionam ao estilo de vida: o sedentarismo e o padrão alimentar inadequado, com deficiência de nutrientes importantes para a saúde do coração e o excesso daqueles que podem prejudicá-la impactam de forma expressiva na fisiopatologia dessas doenças. A consequência disso é o aumento da inflamação, o estresse oxidativo, o excesso de peso corporal e as alterações dos níveis da glicemia e do LDL-c, HDL-c e triglicerídeos no sangue. Por isso, o estilo de vida saudável é o aliado número um na prevenção das DCV.
Exercício físico: qual é a quantidade ideal e como ele favorece a prevenção das DCV?
Segundo o recente Guia de Atividade Física para a População Brasileira, lançado pelo Ministério da Saúde (2021), 150 minutos de atividades físicas moderadas ou 75 minutos de atividades físicas intensas por semana são suficientes para a manutenção da saúde e a prevenção de doenças. A prática regular de exercícios auxilia na prevenção das DCV porque melhora a capacidade cardiorrespiratória, assim como do perfil lipídico e da pressão arterial, além de auxiliar na redução dos níveis de glicose sérica e o risco de trombose.
Alimentação x DCV
Uma boa alimentação também é fundamental no cuidado cardiovascular: reduzir o excesso de calorias e melhorar a composição da dieta podem prevenir muitos eventos cardiovasculares primários e secundários. O consumo de alimentos com alto teor de gorduras trans e saturadas, além de carboidratos simples com alto índice glicêmico, como embutidos, frituras, bebidas adoçadas, biscoitos recheados, farinhas refinadas, salgadinhos, carnes vermelhas, entre outros, também impactam negativamente os níveis de glicemia, colesterol e triglicerídeos séricos e levam ao ganho de peso, fatores que prejudicam a saúde do coração. Por outro lado, um padrão alimentar rico em vegetais, cereais integrais, leguminosas, sementes, castanhas, peixes e frutas, favorece a proteção cardiovascular.
Existem suplementos que podem contribuir com a prevenção dessas doenças?
A suplementação de alguns nutrientes e ativos chave também pode promover a proteção cardiovascular. O consumo regular de ômega-3 e cúrcuma, por exemplo, oferece benefícios à saúde do coração, como comprova a literatura científica.
Conforme observado em diferentes estudos, a suplementação de ômega-3 favorece a redução dos triglicerídeos e do LDL-c, e pode ter aplicabilidade em crianças, adultos e idosos com segurança. O ômega-3 também contribui com a redução da inflamação e do estresse oxidativo, além de atuar via microbiota intestinal, restaurando o seu equilíbrio.
Um estudo de coorte longitudinal conduzido por Ward e colaboradores (2020) com 197.761 participantes, com idade média de 66 anos, demonstrou que aqueles que utilizavam suplementos de ômega-3 tinham menor risco de desenvolver AVC isquêmico. Já outra análise demonstrou que a suplementação de ômega-3 marinho reduz o risco de infarto do miocárdio e doença cardíaca coronária, além da morte por DVC.
A cúrcuma em cápsulas é uma excelente e eficiente forma de incluir essa especiaria na rotina, já que apresenta uma alta concentração de curcumina, o fitoativo responsável pela maior parte dos benefícios da cúrcuma. Estudos clínicos comprovaram que a suplementação com cúrcuma é capaz de reduzir significativamente o LDL-c e os triglicerídeos. A administração de 2g/dia de cúrcuma em mulheres com excesso de peso, pode favorecer a redução da gordura corporal, do índice de massa corporal, da circunferência de cintura e da pressão arterial, fatores de risco para DCV.
Redação Vida & Tal
Fonte: E4 Agência