O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da Universidade de São Paulo (USP) em Bauru realiza, entre 7 e 11 deste mês, a Semana de Cirurgia de Enxerto Ósseo. A força-tarefa prevê operar 75 pacientes do Hospital com indicação de enxerto ósseo alveolar, a maioria deles, bilateral.
De acordo com a cirurgiã-dentista Roberta Martinelli Carvalho, chefe técnica da Seção de Cirurgia Bucomaxilofacial do HRAC-USP, essa é uma ação muito expressiva, até mesmo em nível mundial, considerando a quantidade de cirurgias em apenas uma semana. “Para se ter uma ideia, na rotina normal de cirurgias de enxerto ósseo são operados cerca de 30 pacientes por mês. Nessa ação estão programados 75 pacientes em uma semana”, compara.
“Uma força-tarefa dessa traz impacto muito positivo, pois proporciona resolutividade aos pacientes e também uma rica oportunidade de aprendizado aos futuros médicos e especialistas. Além disso, essa força-tarefa envolve a atuação e colaboração entre diversas equipes do HRAC-USP, das áreas de Anestesiologia, Cirurgia Bucomaxilofacial e demais especialidades da Odontologia, Cirurgia Craniofacial, Cirurgia Plástica, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Otorrinolaringologia, Psicologia, Serviço Social e pessoal administrativo de agendamento”, destaca o professor Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do HRAC-USP.
A Semana também conta com a participação de residentes e especializandos do Hospital e de estudantes do Curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP), além do apoio da Smile Train, organização parceira do HRAC-USP.
O procedimento
O enxerto ósseo alveolar é uma cirurgia que reconstitui o osso do arco dentário (rebordo alveolar) em pacientes com fissura labiopalatina. O procedimento é indicado por volta dos dez anos de idade, podendo variar conforme as condições odontológicas de cada paciente.
Para o preenchimento do defeito ósseo alveolar, é utilizado osso do próprio paciente, retirado da crista ilíaca (na região do quadril) ou do mento (queixo). Todo o procedimento cirúrgico dura em torno de duas horas, envolvendo equipe médica, odontológica e de enfermagem.
Roberta Martinelli ressalta ainda que essa é uma etapa fundamental do tratamento de pacientes com fissura labiopalatina. “A cirurgia de enxerto ósseo alveolar permite o progresso do tratamento ortodôntico, para o restabelecimento da estética do sorriso e da função mastigatória, com implicação positiva para a autoestima e a qualidade de vida do paciente”, pontua.
Redação Vida & Tal
Fonte: Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da Universidade de São Paulo (USP).