A herpes-zóster, popularmente conhecida como cobreiro, é uma doença causada pelo Varicella-Zóster, o mesmo vírus que provoca a catapora. Ela se manifesta na pele do paciente como uma erupção semelhante ao volteio de uma cobra – por isso o apelido “cobreiro”.
Após causar a catapora, o vírus pode ficar incubado (adormecido) nos gânglios localizados nos nervos espinhais e cranianos e, muitos anos depois, se manifestar provocando lesões parecidas com as da catapora. Essas lesões costumam desaparecer dentro de algumas semanas, mas a dor provocada pela doença pode permanecer por meses ou até anos. Essa situação é conhecida como neuralgia pós-herpética.
Pessoas de todas as idades podem ser acometidas pela doença, mas ela costuma ser mais comum no Adulto+, devido à queda natural das defesas do organismo, que ocorre com o passar dos anos.
A melhor maneira de prevenção é ficar atento aos sintomas iniciais e buscar imunização pela vacina contra herpes-zóster, disponível na rede privada.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos estimam que aproximadamente 30% das pessoas nos EUA terão herpes-zóster durante a vida, dado que serve de balizador, já que a epidemiologia é semelhante em todo o mundo.
É CONTAGIOSA?
Pessoas com herpes-zóster podem transmitir o vírus Varicella-Zóster, infectando contactantes que nunca tiveram catapora ou que não foram vacinadas contra a doença.
Clara Buscarini, médica chefe do departamento de Infectologia da Prevent Senior, explica que “o vírus é transmitido por contato direto com as lesões ativas de herpes-zóster ou por transmissão aérea de indivíduos com herpes-zóster localizado. As lesões são consideradas não infecciosas após a formação de crostas”.
COMO IDENTIFICAR OS SINTOMAS
O surgimento de uma erupção dolorosa e assimétrica na pele costuma ser o sintoma mais comum da herpes-zóster. Normalmente, se manifesta na face e nas regiões intercostais, mas também pode atingir cabeça e membros superiores. Existem também casos assintomáticos em alguns pacientes.
Em casos mais graves, as complicações podem causar meningite, úlcera, derrame cerebral, hepatite e paralisia dos nervos cranianos.
O quadro agudo, quando bem diagnosticado e tratado, tem grandes chances de cura. Entretanto, a neuralgia pós-herpética pode deixar alguma sequela em cerca de 10 a 15% dos casos, associada a intensa dor e queda de qualidade de vida, já que afeta o sono e o humor.
O TRATAMENTO
A infecção é tratada com medicamentos antivirais que agem para diminuir a exposição do vírus na pele. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura. Por isso, é fundamental ficar atento(a) aos sinais e procurar ajuda médica em caso de suspeita.
PRECISO TOMAR VACINA?
A vacinação é indicada para pessoas acima de 50 anos e para adultos que necessitam receber terapia imunossupressora com um agente que os coloque em risco aumentado de herpes-zóster. Por exemplo, receptores de transplante de órgãos sólidos, certos pacientes com câncer ou condições autoimunes. Para estes pacientes, é recomendada a vacinação antes da imunossupressão.
A infectologista Clara Buscarini esclarece que “atualmente, existem duas vacinas contra herpes-zóster, uma vacina recombinante não viva (designada vacina recombinante zóster [RZV]) e uma vacina de vírus vivo atenuado (designada vacina zóster viva [ZVL]). A vacina ZVL é contraindicada em imunodeprimidos e gestantes”.
ATENÇÃO! Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, recomendar tratamentos e receitar medicamentos. Em caso de suspeita de sintomas, agende uma consulta ou procure uma unidade de pronto atendimento.
Redação Vida & Tal