Mesmo a lavagem das mãos sendo fundamental luta contra doenças infecciosas, como a Covid-19, em todo o mundo, cerca de três em cada dez pessoas – ou 2,3 bilhões – não têm instalações para lavar as mãos com água e sabão em casa. A situação é pior nos países menos desenvolvidos, com mais de seis em cada dez pessoas sem acesso à higiene básica das mãos, alertou o Unicef no Dia Mundial de Lavagem das Mãos (15).
“Os esforços de resposta global à pandemia criaram um momento sem precedentes para a higiene das mãos. No entanto, o progresso continua lento demais para as comunidades mais vulneráveis e carentes”, disse a diretora global de Água, Saneamento e Higiene do UNICEF, Kelly Ann Naylor.
“A higiene das mãos não pode ser vista como uma provisão temporária para gerenciar a covid-19. Outros investimentos de longo prazo em água, saneamento e higiene podem ajudar a prevenir a próxima crise de saúde. Isso também significa menos pessoas adoecendo com infecções respiratórias, menos crianças morrendo de doenças diarreicas e mais mães grávidas e recém-nascidos protegidos de doenças evitáveis como a sepse”.
Os dados mais recentes mostram que algum progresso foi alcançado desde 2015. Por exemplo, a população global com acesso à higienização básica das mãos em casa aumentou de 5 bilhões para 5,5 bilhões, ou de 67% para 71%. No entanto, se as tendências atuais persistirem, 1,9 bilhão de pessoas ainda não terão acesso à higienização básica das mãos até o final desta década.
Países subdesenvolvidos
Nos países menos desenvolvidos, mais de seis em cada dez pessoas não têm instalações básicas de higiene das mãos em casa.
Duas em cada cinco escolas em todo o mundo não têm serviços básicos de higiene com água e sabão, afetando 818 milhões de estudantes, dos quais 462 milhões frequentam escolas sem nenhuma instalação. Nos países menos desenvolvidos, sete em cada dez escolas não têm lugar para as crianças lavarem as mãos.
Um em cada três estabelecimentos de saúde em todo o mundo não possui instalações de higiene das mãos em pontos de atendimento onde o profissional de saúde e o tratamento envolvem o contato com o paciente. O custo para fornecer higiene das mãos para todas as casas em 46 dos países menos desenvolvidos do mundo até 2030 é estimado em US $ 11 bilhões*.
O custo para os governos para promoção da higiene é estimado em 25 centavos per capita por ano. Desigualdades profundas existem entre os países e dentro deles em relação ao acesso e ao progresso, com as crianças e famílias mais vulneráveis sofrendo mais. Além disso, em ambientes frágeis, afetados por conflitos e refugiados, o progresso é especialmente lento:
Em contextos frágeis, uma em cada cinco pessoas não tem instalações para higienização das mãos em casa. Em 8 dos 20 países para os quais a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) possui dados, mais de 30% das famílias de refugiados não têm acesso a sabão. Globalmente, as taxas de progresso atuais devem quadruplicar para que a higiene universal seja alcançada até 2030.
O Unicef pede aos governos que se comprometam a fornecer higiene das mãos, não como uma resposta temporária à pandemia, mas como um investimento em saúde pública e resiliência econômica. O último relatório conjunto do Unicef e da OMS (disponível somente em inglês) identifica cinco aceleradores que podem permitir que os governos aumentem rapidamente o acesso à higiene das mãos, incluindo boa governança, finanças públicas inteligentes, capacitação, dados consistentes e inovação.
Redação Vida & Tal
Fonte: Unicef