A única primeira dama negra da história dos Estados Unidos, Michelle Obama, não tem medo de expor suas fragilidades e demonstrar os percalços sofridos ao longo de sua trajetória de vida. Tanto que, em um de seus livros lançado este ano, a esposa do ex-presidente Barack Obama abriu o coração ao expor um drama pessoal: a superação e a luta contra desafios emocionais, como a Síndrome da Impostora.
Ela relata na obra “Nossa luz interior – superação em tempos incertos” como desacreditava de sua própria capacidade como mulher e como profissional. No fundo, Michele sentia que ela era uma fraude, sofria com uma inferioridade ilusória. Mas do que se trata essa Síndrome?
“A Síndrome da impostora não é uma doença mental. Afeta homens e mulheres e é um típico padrão de comportamento que descreve uma sensação e uma mistura de sentimentos que ocorrem quando não acreditamos que somos merecedores de algo. Quando, de forma inconsciente, ignoramos nossos méritos e questionamos insistentemente, nossas competências. Se não for tratado pode até se associar a outros distúrbios mentais, tais como: depressão, fobias, irritabilidade, alterações de humor, elevação do complexo de inferioridade, entre outros”, explica a psicanalista Andréa Ladislau.
“Ela se manifesta quando eu acredito estar ocupando um lugar que não mereço e me sinto enganando pessoas”. O indivíduo se coloca como um verdadeiro impostor, evita falar sobre suas conquistas e se coloca no papel de errado ou culpado pelo que possuí. Apresenta uma autoestima muito baixa e pode ser facilmente manipulado. Sente muito medo do que as pessoas pensam, por medo de ser julgado e descoberto em suas farsas.
Tanto que está sempre em busca de aprovação, além de se autodepreciar e demonstrar enorme instabilidade emocional e insegurança sobre as capacidades e o merecimento daquilo que se conquistou e/ou o lugar que se ocupa.
Assim como aconteceu com a Sra. Obama, quem sofre com a Síndrome da Impostora(o) tem uma tendência a alimentar sentimentos de negatividade e a valorizar demais as conquistas do outro, sem perceber seu próprio valor.
Frases como: “eu não sou inteligente”, “não tenho talento”, são típicas de quem recebe o diagnóstico. E podemos destacar ainda, como principais sintomas os discursos autodepreciativos, a necessidade constante de reavaliar o próprio trabalho, a fuga de situações que possam colocar o indivíduo no centro das atenções, o trabalho além do necessário e o medo de ser “descoberto”. Além disso, sentimentos como medo, insegurança, fobia social, alterações de humor, timidez são frequentes.
O tratamento para essa síndrome é a psicoterapia, no qual o profissional de saúde mental irá trabalhar, com técnicas específicas para neutralizar todos os gatilhos que disparam essas sensações destrutivas, auxiliando no reconhecimento das potencialidades para que a pessoa possa assumir seu crescimento pessoal.
Portanto, se você se identificou com esses sintomas ou reconhece que alguém próximo possa estar sofrendo com eles, é preciso agir como Michelle Obama que, através de ajuda psicanalítica, buscou fortalecer a autoestima e as emoções, valorizando cada pequena vitória e olhando, cautelosamente, para todas as dificuldades e o empenho empregado para se alcançar algo.
É preciso ter a consciência de que a cura está dentro de si, eliminando os pensamentos ilusórios que impedem seu próprio crescimento pessoal e limita seus passos.
Redação Vida & Tal