Famoso pelo seu “vai bem com tudo” e apesar de sua versatilidade, o arroz nem sempre é tão queridinho assim. Mesmo contendo apenas 0,1 grama de açúcar por porção, sua fama é de ser um alimento rico em glicose. Dai surgem as dúvidas sobre como o alimento se transforma em açúcar no sangue, se pode ser consumido por pessoas que necessitam de um controle maior da glicemia. Para ajudar a entender melhor essa relação, a nutricionista Liliam Teixeira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade (Abeso), explica que mesmo não sendo rico em açúcar, o arroz tem carboidrato e se transforma em uma fonte de energia rápida durante a digestão.
De acordo com nutricionista, a questão do arroz não é especificamente a quantidade de açúcar presente no alimento. Na verdade, alimentos como arroz branco, pães, pizzas, batata inglesa, leite e derivados são fontes de carboidratos simples, que se transformam rapidamente em açúcar ao serem digeridos, elevando o índice glicêmico.
“O arroz é rico em carboidrato, e no processo de digestão o carboidrato se transforma em açúcar. Se comermos em grande quantidade, isso irá influenciar no aumento da glicose. Por isso, durante o acompanhamento nutricional nós sempre calculamos de forma individualizada a quantidade que cada pessoa deve comer no dia e fazemos isso de acordo com os resultados da glicose no exame de sangue dessa pessoa”, revela.
Segundo Liliam, para quem precisa se preocupar com o aumento excessivo da glicose, a recomendação é optar pela opção integral, além de controlar a quantidade de porções ingeridas. Diferente do arroz branco, o arroz integral é rico em fibras e carboidratos complexos. Isso significa que ele leva mais tempo para ser digerido, aumentando a sensação de saciedade e demandando mais energia do corpo para realizar todo o processo. O mesmo vale para as combinações, a exemplo do bom e velho arroz com feijão.
“Quem tem glicemia alta deveria tentar ingerir o máximo de alimentos integrais, mas sempre na quantidade correta para as suas necessidades. Se escolhermos a opção integral, terá mais fibras, e o processo de digestão será um pouco mais lento, o que dará mais saciedade. Outra sugestão é apostar em uma tradição comum na mesa dos brasileiros: a famosa dupla do feijão com arroz. Essa parceria, além de se complementar, faz com que o processo de digestão forme proteínas e não apenas carboidratos, mudando a maneira como o nosso corpo absorve os nutrientes do arroz”, finaliza.