Muito se fala em alergias que costumam se intensificar nas estações mais frias do ano, mas o que pouco se fala é sobre a urticária ao frio. De acordo com as médicas Solange Valle e Fátima Emerson, ambas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), trata-se de um subtipo de urticária induzida, ou seja, aparece após um estímulo conhecido que, neste caso, é o contato da pele com o frio, como, por exemplo, água e objetos gelados. Em algumas pessoas, apenas a exposição ao ar frio já é suficiente para provocar sintomas.
“A urticária ao frio é mais comum do que imaginamos e representa mais de um terço de todos os casos de urticária induzida. Pode ocorrer em qualquer idade, porém, é mais frequente em adultos jovens. Geralmente os sintomas surgem minutos após a exposição ao frio e as lesões ficam restritas às áreas em que houve a exposição. No entanto, em alguns casos pode ser grave, quando uma grande superfície da pele entra em contato com o frio (se o paciente entrar em uma piscina de água gelada). Neste caso, pode ocorrer uma reação generalizada, levar à queda súbita de pressão e até mesmo à perda de consciência, o que chamamos de anafilaxia”, explicam.
Ainda de acordo com as especialistas, há relatos de casos de morte por anafilaxia nos pacientes com urticária ao frio após entrar na piscina, cachoeira ou mar de água gelada. Esse tipo de ‘alergia” pode interferir nas atividades de trabalho, como, por exemplo, funcionários de frigoríficos ou que manipulem produtos congelados em supermercados.
Causas
A urticária ao frio pode ser genética, ocorrendo na infância e associada à febre, sendo os episódios muitas vezes relacionados com a exposição ao frio úmido e durando poucas horas. Mas pode também ser adquirida, isto é, surgir no decorrer da vida. Neste caso, secundária ao uso de medicamentos, infecções, ou mais comumente idiopática, ou seja, a causa não é detectável pelo médico.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio da história clínica. Havendo indicação, é realizado o teste do cubo de gelo, que é feito aplicando-se um cubo de gelo (protegido por um saco plástico) na parte interna do antebraço por aproximadamente cinco minutos. Quando o teste é positivo, observa- se após dez minutos, vermelhidão e inchaço no local de contato com o gelo, além de sensação de coceira ou de queimação no local. Mas, vale ressaltar que em alguns tipos de urticária ao frio, o teste do gelo pode ser negativo.
Tratamentos e dicas
O tratamento consiste em evitar o fator desencadeante que é o contato com o frio e no uso de medicamentos que são os anti-histamínicos (antialérgicos).
– Se sua pele fica “empolada” ou coçando quando em contato com o frio, procure atendimento médico.
– Tome banho morno.
– Quando viajar para locais muito frios, procure manter-se agasalhado.
Evite
– Ambientes muito frios
– Esportes aquáticos em água fria.
– Banhos de mar, rio, cachoeira ou piscina em água fria.
Redação Vida & Tal
Fonte: Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai)