O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres e chega a 25% dos casos em todo o mundo. No Brasil esse número supera a média mundial com 29% de incidência, segundo informações divulgadas pela Biblioteca Nacional da Saúde. Uma estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mostra que podem surgir 66.280 novos casos em 2020.
No mês em que acontece a campanha mundial Outubro Rosa, a médica oncologista Eloise Allen alerta para a necessidade da realização do exame clínico, principalmente em mulheres com mais de 40 anos. A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) também indica a mamografia a cada dois anos, mesmo para as mulheres que não apresentam lesões.
Entendendo o câncer de mama
O câncer de mama é causado pela multiplicação desordenada das células da mama formando tumores que podem desencadear a doença.
“Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem às características próprias de cada tumor”, detalha Eloise.
Por isso, é imprescindível que as mulheres façam exames clínicos periódicos, independente de terem sintomas. Em 2018, a doença levou 1.206 mulheres a óbito apenas no Centro-Oeste do país. No Brasil foram mais de 17 mil mortes, de acordo com o Inca.
Diagnóstico
O autoexame, segundo a especialista, tem como objetivo instituir nas mulheres a importância do conhecimento do próprio corpo para poder auxiliar um diagnóstico precoce do câncer. No entanto, ele não substitui o exame clínico do médico e a mamografia, já que não existe uma forma eficiente de prevenir a doença, que pode estar relacionada à predisposição genética e até mesmo a hábitos pouco saudáveis de vida.
Outro ponto importante é que nem só a presença de um caroço indica o câncer de mama e qualquer alteração nas mamas deve ser sinal de alerta. Entre os sintomas estão alteração no tamanho da mama, nódulo único e endurecido, vermelhidão, inchaço, calor ou dor na pele da mama, espessamento na pele do mamilo e secreção.
A médica explica que em geral, o autoexame de mama é sugerido para mulheres adultas, porém pode ser estimulado após a primeira menstruação, quando a jovem já tem maturidade suficiente para notar as diferenças fisiológicas.
De acordo com Eloise Allen, o câncer de mama em criança é extremamente raro e entraria no cerne das neoplasias raras da infância com comportamentos e tratamento diferenciados.
“Acredito que o caso mais jovem tenha ocorrido nos EUA em 2015, em uma menina de oito anos”, afirma.
Embora também seja raro e com uma taxa de casos de aproximadamente 1%, os homens também estão sujeitos ao câncer de mama, em função do tecido mamário. O alerta seria sobre a importância de notar crescimento de nódulo que configura a principal manifestação no sexo masculino e buscar atendimento médico. “Caso haja algum caso em homem na família, é considerada a possibilidade do componente familiar e as mulheres devem ser investigadas”, pontua.
Na luta contra a enfermidade
A especialista lembra que inicialmente o tratamento consistia na retirada de toda a mama, com grandes mutilações para as mulheres. Ao longo dos anos as técnicas cirúrgicas conservadoras ganharam espaço, graças à associação com quimioterapia no tratamento inicial para redução tumoral e radioterapia, com taxas de cura semelhantes à retirada completa da mama.
“Hoje temos o uso de drogas-alvo, aquelas que agem em um local específico do tumor, com menos efeitos colaterais comparados à quimioterapia. Na mesma linha de redução de sintomas do tratamento têm os anticorpos monoclonais, que agem na produção de anticorpos específicos contra o câncer. Mas tudo depende do estágio em que tumor foi detectado e do tipo dele. Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso da doença com metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente”, finaliza a oncologista.
Neste Outubro Rosa 2020, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) lançou o movimento de conscientização “Quanto antes melhor”. A ideia é chamar a atenção das mulheres para a adoção de um estilo de vida saudável no dia a dia, com a prática de atividades físicas e boa alimentação.
Redação Vida & Tal
Fonte: Redação sem fronteiras