Por conceito, catarata é qualquer opacidade do cristalino, lente natural do olho, que induz a perda de acuidade visual e ou qualidade da visão, podendo levar a cegueira, conforme explica o oftalmologista Mário José Carvalho, tesoureiro geral da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR).
Para explicar um pouco mais sobre a principal causa de cegueira curável no mundo, diagnóstico, sintomas, prevenção e tratamento, o Vida & Tal trouxe as informações passadas, com exclusividade, pelo especialista. Confira:
Diagnóstico precoce
O diagnóstico da catarata é feito pelo médico oftalmologista na avaliação de rotina, daí a importância dos exames oftalmológicos preventivos. Por ser uma alteração irreversível e progressiva, o diagnóstico precoce facilita a tomada de decisão para o tratamento imediato, já que o tratamento da catarata é iminentemente cirúrgico, muito seguro e eficaz.
A principal idade de aparecimento da catarata é acima dos 60 anos, quando a pessoa queixa-se de embaçamento da visão, visão neblinada, percepção de halos luminosos e ou percepção de espalhamento das luzes à noite, apesar do uso da correção visual, óculos. É importante lembrar, por ser uma alteração lente e progressiva, muitas vezes a pessoa se adapta a essa condição de baixa visão e não percebe a limitação visual da qual está exposta.
O principal risco de postergar o diagnóstico da catarata e seu tratamento são as alterações provocadas pela limitação visual. Por exemplo, quedas de pessoas na terceira idade, consequentemente de fraturas, são atribuídas à baixa acuidade visual curável, a catarata. Não podemos deixar de enfatizar o risco que uma pessoa com baixa visão por catarata, representa no trânsito. Em situações extremas a catarata avançada pode estar relacionada a glaucoma, aumento da pressão ocular, e com isso cegueira irreversível, alerta.
Sintomas
Porém a catarata pode aparecer em qualquer idade:
– congênita diagnosticada logo após o nascimento, daí a importância do teste do “olhinho”.
– Associada a uso de medicamentos, principalmente corticosteroide sistêmicos ou colírios a base de corticoides.
– traumas oculares.
– Doenças metabólicas como o diabete.
Prevenção e Tratamento
De acordo com Carvalho, até o momento a ciência não dispõe de medicamentos para prevenção da opacidade do cristalino, a catarata. Mas é possível prevenir e amenizar as causas secundárias, por exemplo, com o uso de EPIs em atividades de risco de trauma ocular, não usando medicamentos sem prescrição médica, e manter um controle rigoroso do diabetes para que não haja flutuação exacerbada da glicemia, e com isso acelerar o processo da indução da catarata.
“O tratamento da catarata é cirúrgico, indicado para todos pacientes. O tratamento padrão é a facoemulsificação, método minimamente invasivo, realizado através de uma micro incisão de 2,2 a 2,5 milímetros, pela qual se utiliza uma microponteria que pulveriza as proteínas do cristalino em micropartículas, aspirando-a simultaneamente”, afirma.
O procedimento também pode ser associado ao laser de “Femtosegundo” tornando-a em uma cirurgia parcialmente robótica. Ao final da cirurgia é corrigido o grau do cristalino extraído emulsificado, com uma lente intraocular artificial e de alta performance, calculada para cada paciente e, dependendo do modelo, pode inclusive reduzir a necessidade de óculos para longe e perto.
Contraindicação
As contraindicações para a cirurgia são mínimas, geralmente relacionadas ao estado clínico do paciente, a exemplo de hipertensão arterial e diabetes descompensado, arritmias cardíacas graves.
“O objetivo principal da cirurgia da catarata é devolver a visão com qualidade ao paciente, com isso melhorar a qualidade de vida das pessoas. E é exatamente isso que ocorre, pessoas com limitações cognitivas recuperadas, segurança aos pacientes de terceira idade para uma deambulação com menor risco de traumas e quedas, pessoas se sentem com mais liberdade e com isso melhoram o humor (depressão do idoso). Enfim a visão é um dos principais sentidos do ser humano, e a recuperação visual através da cirurgia, principalmente na terceira idade, devolve a independência, a dignidade e a qualidade de vida que as pessoas necessitam para viverem, muitas vezes sem a dependência de óculos para longe e perto. A cirurgia da catarata é segura, eficaz e reabilitadora”, finaliza o oftalmologista.
Redação Vida & Tal