Com a disseminação da variante delta do SARS-CoV-2, muito mais transmissível que a cepa original do vírus causador da Covid-19, completar o esquema vacinal se torna ainda mais importante. O infectologista pediátrico e diretor do departamento de pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Marco Aurélio Sáfadi, alerta sobre a importância de vacinar a população com as duas doses, principalmente contra a variante delta.
“Uma cidade que estiver melhor imunizada com duas doses significa proteção contra formas graves da doença. Isso ficou muito claro nos países que tiveram alta incidência da variante delta, mas que estavam com uma porcentagem relevante da sua população totalmente vacinada. Em uma cidade que tem um percentual menor de indivíduos vacinados, principalmente com duas doses da vacina, a chegada da variante delta represente um risco muito maior”, revela.
O médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, Sergio Cimerman, também lembra da relevância de vacinar completamente os idosos.
“Muita gente acima de 60 anos no nosso país ainda não tomou a segunda dose. É fundamental que a população tome as duas doses pois só assim a gente vai impactar a transmissão da doença.”
Todas as vacinas aprovadas até o momento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são efetivas e essenciais para o combate ao SARS-CoV-2. Nenhuma impede por completo internações ou mortes, mas elas diminuem radicalmente as chances de isso acontecer, por isso a necessidade das duas doses. Quem está totalmente imunizado tem menos chance de pegar a Covid-19 e transmiti-la para outras pessoas.
Uma pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) mostra que a chance de ficar internado é 31 vezes maior para quem ainda não completou o esquema vacinal. Além disso, a cada 100 norte-americanos infectados com a Covid-19 nos últimos meses, 96 não estavam completamente vacinados.
“É importante acelerar o processo de disponibilidade da segunda dose para aqueles que ainda não receberam e principalmente para aqueles que têm o direito de receber a vacina e que ainda não foram se imunizar. É muito importante que compreendam que acelerar o processo de vacinação é a ferramenta mais estratégica que nós temos”, finaliza Marco Aurélio Sáfadi.
Redação Vida & Tal
Fonte: Instituto Butantan