No último dia 30 de maio, uma mulher foi presa por estar atuando falsamente como médica e receitando medicamentos e exames, em um município de São Paulo. A mulher possuía o nome e sobrenome de uma médica e utilizava o CRM desta para exercer a profissão ilegalmente. Ela também divulgava o trabalho nas redes sociais.
De acordo com o Código Penal, o exercício ilegal de medicina é praticado por falsos profissionais que utilizam credenciais que não pertencem a eles, profissionais especializados em uma área, mas exercendo a medicina em outra, assim como o médico que se formou no exterior, mas não realizou o Revalida.
Porém, a checagem de antecedentes – conhecida como background check – é uma ferramenta que pode ajudar na contratação de profissionais da área da saúde. O propósito dessa verificação é prevenir atos contra pacientes e manter transparente a reputação de uma unidade de saúde. Por meio da verificação, é possível evitar crimes como abusos sexuais, falsidade ideológica e golpes nas instituições do setor.
“Vemos muitas vezes casos de supostos profissionais de saúde, que falsificam documentos para trabalhar na área. O background check consegue verificar se esse profissional é quem realmente ele diz ser, se suas credenciais e documentos batem com os apresentados e se possuem antecedentes, minimizando os riscos de falsidade ideológica, abusos, crimes de corrupção, entre outros”, comenta Francisco Fernandes, head de Background Check do Grupo IAUDIT.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), entre 2015 e 2021, foram 177 casos de abuso sexual denunciados às autoridade do Rio de Janeiro, ou seja, trata-se de uma denúncia de abuso praticada em unidades de saúde a cada 14 dias. Porém, o número de casos reais é ainda maior, visto que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública afirma que apenas 10% dos crimes são notificados no país.
Checagem de antecedentes previne a atuação de falsos médicos
Os casos de falsos médicos atuando são notícia no Brasil a cada ano. Somente em 2021, apenas no Rio Grande do Sul, o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers) recebeu 47 denúncias de exercício ilegal de medicina. Existem vários impactos negativos para as instituições quando o background check não é feito de forma correta ou simplesmente não é realizado.
“As consequências podem chegar nas seguintes áreas: crimes contra pacientes, vazamento de dados (tanto de pacientes quanto de colaboradores), descumprimento da LGPD, maiores chances de crimes de corrupção, além da possibilidade de contratação de um falso profissional”, explica Fernandes.
Aliás, a checagem de antecedentes também pode ser feita na busca de fornecedores, parceiros e no processo de onboarding de clientes – para instituições privadas. Para o uso da ferramenta na área da saúde, alguns cuidados a mais devem ser tomados na hora de realizar o processo.
“O background check é personalizado com aquilo que é mais relevante para cada instituição. Para a área de saúde, além das mais de 200 fontes oferecidas pelo processo, é imprescindível a checagem do CRM, bem como de antecedentes criminais”, fundamenta o especialista.
No entanto, o processo de checagem de antecedentes, muitas vezes, é feito pela própria instituição contratante de maneira manual, o que faz com que o risco seja alto, de acordo com o head de Background Check do Grupo IAUDIT.
“A diferença do processo de background check oferecido por uma empresa especializada é que essas têm preparo correto para utilizar tecnologia e buscar, em um maior número de fontes, apontar e detalhar possíveis inconsistências de maneira mais assertiva, o que reduz o risco na hora da contratação de um profissional ou parceiro”, finaliza ele.
Redação Vida & Tal