Está aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a indicação do medicamento baricitinibe para o tratamento da Covid-19 em pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva. Trata-se de uma nova indicação terapêutica, já que o baricitinibe possui registro no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide ativa moderada a grave e dermatite atópica moderada a grave.
Para a inclusão da nova indicação, a empresa Eli Lilly do Brasil Ltda. apresentou dados que sustentam a eficácia e a segurança do medicamento para essa finalidade. O baricitinibe é um inibidor seletivo e reversível das enzimas janus quinases (JAKs), em especial JAK 1 e 2, responsáveis pela comunicação das células envolvidas na hematopoese (processo de formação e desenvolvimento das células do sangue), na inflamação e na função imunológica (função de defesa do corpo).
De acordo com o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), cientistas ligados ao Instituto Karolinska, na Suécia, observaram que o uso diário do baricitinibe (comercialmente conhecido como Olumiant), utilizado para a terapia da artrite reumatoide, foi capaz de reduzir em até 71% os óbitos de pacientes internados com a infecção provocada pelo vírus. A informação foi divulgada por meio de um estudo publicado no último dia 13 de setembro, pela revista Science Advances.
A análise observou a resposta ao uso do baricitinibe no tratamento padrão de 83 pacientes, com idade média de 81 anos, hospitalizados em unidades de saúde na Itália e na Espanha, com pneumonia provocada pelo novo vírus. Além disso, os pesquisadores também administraram um placebo em outro grupo de controle com a intenção de comparar os resultados.
Segundo o autor e líder do estudo, o professor Volker Lauschke, o fármaco conseguiu bloquear a replicação do vírus e foi capaz de ajudar na redução da inflamação desde os primeiros dias de terapia, diminuindo o número de óbitos entre os pacientes que receberam o produto em até dois terços.
Em fevereiro de 2020, a empresa britânica de inteligência artificial e de investigação médica BenevolentAI já havia analisado o medicamento com o objetivo de entender se a droga poderia ajudar no combate à Covid-19. No entanto, esse estudo publicado no periódico Science Advances descreve os resultados positivos mais recentes manifestados em pacientes internados em estado grave em decorrência da infecção. Apesar das expectativas promissoras, mais pesquisas precisam ser realizadas para comprovar, de fato, a eficácia da substância no tratamento da Covid-19.
Redação Vida & Tal
Fonte: Agência de notícias do ICTQ/ Anvisa.