No mês em que se comemora o Dia Mundial do Rim (9 de março), um alerta importante. Este ano, a campanha educativa traz como mote “Saúde do rim para todos – cuidar dos vulneráveis e estar preparado para os desafios inesperados”.
Segundo Pedro Túlio Rocha, nefrologista e coordenador de Transplante do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro, da Dasa, os desafios enfrentados pela área de saúde nos últimos anos demonstram a necessidade de todos os setores da sociedade estarem preparados para o inesperado.
O médico explica que a prevenção das doenças renais crônicas está diretamente relacionada com o estilo e a condição de vida das pessoas, incluindo as socioambientais. Por isso, tratar e controlar os fatores de risco – como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares e tabagismo – é a principal forma de prevenir as doenças renais. Segundo o Ministério da Saúde, essas doenças são classificadas como doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que respondem por cerca de 36 milhões – ou 63% – das mortes no mundo. Já no Brasil, corresponderam a 68,9% de todas as mortes.
“Os rins são fundamentais no funcionamento do corpo. Eles filtram o sangue e auxiliam na eliminação de toxinas do organismo. A doença renal crônica é silenciosa, não apresenta sintomas e tem registrado crescente prevalência, alta mortalidade e elevados custos para os sistemas de saúde no mundo. Proteger e cuidar dos mais vulneráveis, que tiveram um diagnóstico em fases mais avançadas da vida, é fundamental. O diagnóstico precoce da doença pode ser feito com um simples exame de sangue para dosar a creatinina”, explica o nefrologista.
A creatinina é uma substância presente no sangue produzida pelos músculos e eliminada pelos rins. Dessa forma, a análise dos níveis de creatinina no sangue pode ser útil para investigar a presença de alguma alteração nos rins, já que, nessa situação, a concentração dessa proteína está mais elevada no sangue.
“O exame de creatinina serve para avaliar o funcionamento dos rins ou investigar a presença de alguma alteração nesses órgãos. Na maior parte do tempo, a evolução da doença renal crônica é assintomática, fazendo com que o diagnóstico seja feito tardiamente. Nesses casos, o principal tratamento imediato é o procedimento de hemodiálise, que pode evoluir para a necessidade de transplante do órgão.”
O Hospital São Lucas Copacabana, desde 2018, tem uma linha de cuidado específica para as doenças renais e já realizou 132 transplantes do órgão. Os sintomas mais comuns das doenças renais são cansaço excessivo, perda de apetite, inchaço, dor na região lombar, alteração da frequência urinária e volume da urina. Os principais fatores de risco para as doenças renais crônicas são: pessoas com diabetes, hipertensas, obesas; pessoas com histórico de doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca); histórico de doença renal na família; tabagismo e pessoas que fazem uso de agentes nefrotóxicos.
Redação Vida & Tal