Todos os anos, no dia 14 de Junho, a comunidade mundial celebra o Dia Mundial do Dador de Sangue, dando destaque aos dadores voluntários de sangue não remunerados cujo acto de solidariedade permite salvar inúmeras vidas em todo o mundo. Uma vez mais, a OMS na Região Africana juntou-se ao apelo lançado para que mais pessoas se tornem dadores regulares de sangue.
O tema retido para este ano, Doar sangue é um acto de solidariedade. Junte-se aos esforços e salve vidas, realça o papel crucial das dádivas voluntárias de sangue para salvar vidas e reforçar a solidariedade das comunidades e a coesão social. Doar apenas uma unidade de sangue pode salvar a vida de até três pacientes.
Em comparação com outras regiões do mundo, a Região Africana regista um número desproporcionado de afecções que requerem dádivas de sangue, uma situação que afecta anualmente sete milhões de doentes. Estas incluem hemorragias associadas à gravidez e ao parto, casos graves de anemia devido ao paludismo e à mal nutrição, doenças da medula óssea, hemopatias hereditárias, traumatismos e acidentes, assim como catástrofes naturais e provocadas pelo homem.
Embora a necessidade de sangue de dadores seja universal, o acesso para todos os que dele necessitam não o é. Na Região Africana, a procura ultrapassa regularmente a oferta, o que tem um impacto negativo no acesso atempado para todos os doentes que precisam de sangue seguro e de qualidade garantida para sobreviver.
Em consequência da pandemia de COVID-19, as dádivas voluntárias de sangue não remuneradas diminuíram significativamente. O Maláui, por exemplo, registou uma diminuição de 46% nas dádivas de sangue.
Os países da Região Africana trabalharam com afinco para melhorar a frequência das dádivas de sangue e a situação parece estar a estabilizar-se. Em muitos países, os serviços de transfusão de sangue dirigiram-se aos doadores através de campanhas de sensibilização, garantindo o transporte de/para as suas casas, utilizando plataformas digitais e criando centros de atendimento telefónico.
A situação continua a ser desafiante e é exacerbada por diversos problemas, incluindo a escassez de pessoal e o financiamento limitado por parte dos governos e organizações parceiras para a educação, recrutamento e retenção eficazes de dadores de sangue.
A OMS na Região Africana presta apoio aos países a vários níveis, incluindo através da mobilização de recursos para a implementação de planos nacionais de transfusão de sangue, de campanhas de sensibilização para a integração da segurança do sangue nestes planos e do reforço do quadro jurídico e regulador sobre a segurança do sangue.
Por ocasião do Dia Mundial do Doador de Sangue, exorto os governos e os líderes políticos africanos a priorizarem a disponibilização de recursos humanos e financeiros adequados para garantir o futuro dos serviços nacionais de transfusão de sangue. Um serviço de transfusão de sangue que permita aos pacientes ter acesso a sangue e a produtos derivados do sangue seguros, em quantidades suficientes, é uma componente essencial de um sistema de saúde eficaz.
A procura de oportunidades de parcerias e colaborações com os meios de comunicação social, o sector privado e as organizações religiosas e não governamentais ajudará a aumentar o recrutamento e a retenção de dadores de sangue voluntários não remunerados.
Gostaria de agradecer sinceramente aos dadores de sangue africanos pela sua contribuição altruísta para os sistemas nacionais de saúde. Trata-se de uma oferta de importância vital para os doentes que precisam de transfusão de sangue.
Gostaria também de saudar os esforços incansáveis do pessoal dos serviços de transfusão de sangue, que se mostra profundamente empenhado em manter reservas críticas de sangue, a acção dos profissionais de investigação e desenvolvimento que procuram novas tecnologias e utilizações para o sangue doado, assim como as equipas médicas que administram o sangue de forma racional para salvar vidas.
Doar sangue é um acto de solidariedade. Ao tornar-se um dador de sangue, irá ajudar a aliviar a pressão exercida sobre os sistemas de saúde que ainda se debatem com o fardo da pandemia de COVID-19.
Redação Vida & Tal
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS).