Anualmente, na segunda quinta-feira de março é celebrado o Dia Mundial do Rim (DMR), que esse ano ocorre no próximo dia 10, com o tema “Saúde dos rins para todos: educando sobre a doença renal”. Para comemorar, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) acabam de publicar uma nota especial sobre o tema. A Campanha é idealizada pela International Society of Nephrology (ISN) e coordenada no Brasil pela SBN.
A data tem o objetivo de conscientizar sobre a importância de uma educação continuada sobre a doença renal em todos os setores de saúde. Nesse sentido, foi publicada essa nota conjunta, elaborada pelas especialistas: dra. Nilzete Liberato Bresolin, presidente do Departamento Científico de Nefrologia Pediátrica da SBP; dra. Anelise Uhlmann, membro do DC de Nefrologia Pediátrica da SBP; dra. Maria Goretti Moreira Guimarães Penido, diretora do Departamento de Nefrologia Pediátrica da SBN; e dra. Lilian Monteiro Pereira Palma, vice-diretora do Departamento de Nefrologia Pediátrica da SBN.
O texto destaca o quão fundamental é o diagnóstico precoce para as doenças renais, que, muitas vezes, apresentam sintomas apenas em seu estágios avançados. “O Dia Mundial do Rim é uma campanha global que visa a chamar a atenção sobre a importância dos nossos rins para a saúde geral. Ao mesmo tempo, a partir do conhecimento sobre as doenças renais, realizar diagnóstico e tratamento precoces, e assim, reduzir a frequência e o impacto da doença renal a longo prazo, tanto no nível renal como no nível sistêmico”, afirma dra. Nilzete.
Outro ponto destacado na nota é a importância do tratamento precoce e do acompanhamento dos pacientes em relação aos marcadores de dano renal progressivo. Além disse, é enfatizado o papel dos pediatras de reconhecer e diagnosticar as doenças renais, considerando o risco de afetar de modo irreversível a saúde e evolução do paciente. “A infecção do trato urinário (ITU) é uma das principais infecções bacterianas da infância e, frequentemente, apresenta recorrência. A demora no início do tratamento, os episódios repetitivos e a doença de base facilitam a ocorrência de cicatrizes e estas podem resultar em doença renal crônica”, detalha dra. Nilzete.
Dra. Maria Goretti destaca também as medidas preventivas primárias como essenciais na pediatria. “O pediatra e outros profissionais de saúde devem trabalhar com objetivo primário de eliminar ou reduzir a exposição a fatores de risco para a doença renal. A principal recomendação é evitar dietas não saudáveis, que podem levar a sobrepeso e obesidade, com consequente risco de hipertensão arterial e síndrome metabólica. Além desses profissionais, pais e educadores também devem incentivar o aleitamento materno; atividade física regular; e alertar sobre os riscos do consumo e contato com cigarro, drogas lícitas e ilícitas. Também devem ser pesquisadas anormalidades estruturais dos rins e do trato urinário, que já podem ser observadas na ultrassonografia morfológica gestacional do feto; e, ainda, evitar o uso de drogas nefrotóxicas para o recém-nascido, crianças e gestantes”, explica.
A médica salienta, ainda, sobre outra questão preocupante tanto para os adultos quanto para as crianças, o transplante renal. Ela alerta para a importância de campanhas para sensibilizar a população sobre a doação de órgãos.
“Os doadores falecidos são a melhor opção, entretanto, o número deles continua muito aquém do desejado. A fila de espera é expressiva principalmente para os adultos e em menor proporção para as crianças e adolescentes. Existe uma prioridade nesta fila de espera para os pacientes pediátricos, quando o doador é adequado”, diz dra. Maria.
Redação Vida & Tal
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).