Quem nunca se sentiu cansado, desatento ou com uma fome insaciável após uma noite de sono ruim? Com reflexos que podem envolver a saúde física e mental, a atenção à quantidade e qualidade do sono deve fazer parte da rotina das pessoas de todas as idades e está entre os principais pilares da longevidade, conforme aponta a pediatra e especialista em medicina do estilo de vida, Flávia Oliveira, que também é autora do livro Pediatria 2.0: como os 5 pilares da Medicina do Estilo de Vida podem transformar a Pediatria.
Ela explica que, diferente do que muitos pensam, dormir pouco faz mal e não deve ser considerado como sinal de produtividade. E para fugir desse hábito, existe uma série de fatores que devem ser levados em conta para se fazer uma boa higiene do sono e dormir melhor.
“Costumo dizer que o sono é o nosso superpoder e as pessoas não têm noção disso. Ele é visto como secundário e dormir pouco é sinal de ser produtivo, a sociedade premia quem dorme pouco. Entretanto, já sabemos que ele é o elemento-chave para a performance física e mental, por isso, é importante que o sono seja regular, não podemos deixar para tirar esse atraso aos finais de semana, por exemplo. Dormir sete horas por noite é o mínimo recomendado pelos órgãos de saúde mundial”, explica a especialista.
O que o sono pode causar?
Sobre as consequências das noites de sono resumidas a poucas horas de descanso ou baixa qualidade, a especialista destaca diferentes desdobramentos, que com o passar do tempo podem comprometer a qualidade de vida de diversas formas.
“Quanto à saúde física, dormir pouco ou dormir mal pode ser a principal causa de muitas doenças, como a obesidade e a diabetes. A privação do sono desperta a fome e a falta de saciedade, já que é nesse período que o corpo produz os hormônios responsáveis por controlar essas sensações. Desta forma, a pessoa passa a comer mais, busca por alimentos que forneçam energia rápida, como os carboidratos, e nem sempre são as escolhas mais saudáveis”, destaca.
Na parte da saúde mental, a médica explica que o fato de não dormir bem prejudica a memória, a cognição, a criatividade e a retenção do aprendizado, algo que impacta bastante, especialmente, crianças e idosos.
Como fazer a higiene do sono
Ainda de acordo com a Dra. Flávia, para ter uma noite de sono reparadora, é preciso que ela seja contínua, passando por todos os estágios do sono – superficial, profundo e REM -, com ciclos que duram em torno de 90 minutos e vão se modificando ao longo da noite. Essencial a todos que buscam maneiras de dormir bem, a especialista também reforça a importância da higiene do sono, um conjunto de práticas e hábitos saudáveis que podem auxiliar na efetividade desses momentos de descanso.
“A higiene do sono envolve diversos fatores ao longo do dia, não apenas as atividades realizadas perto da hora de dormir. É preciso garantir alguns minutos de exposição à luz solar, praticar atividades físicas, regular a quantidade de cafeína ingerida, ter atenção à hidratação e alimentação, evitar o uso de álcool e tabaco, reduzir a exposição às telas e avaliar o ambiente onde se dorme. A cama, por exemplo, deve ser usada apenas para dormir e o colchão, que muitos se esquecem de levar em conta, é o nosso destino final, é a cereja do bolo, se ele estiver fora do prazo de validade, pode desencadear crises alérgicas, dores no corpo e desalinhar a coluna. É um item que requer muita atenção nesse processo de higiene do sono”, finaliza.
Redação Vida & Tal