Estudo de pesquisadores da Escola de Enfermagem da UFMG, Universidade Federal de Goiás, Universidade de Barcelona e London University College comprovou a eficácia do azeite extra virgem (EVOO) em indivíduos com obesidade grave tiveram diminuição de parâmetros inflamatórios após 12 semanas de consumo e dieta com padrão brasileiro (DietBra). Os resultados estão descritos no artigo The Effectiveness of Extra Virgin Olive Oil and the Traditional Brazilian Diet in Reducing the Inflammatory Profile of Individuals with Severe Obesity: A Randomized Clinical Trial.
Rafael Longhi, professor do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da UFMG e primeiro autor do artigo, explica que a pesquisa foi realizada com 149 indivíduos de 18 a 65 anos, com índice de massa corporal maior ou igual a 35 kg/m2, randomizados em três grupos de intervenção: 50 participantes no grupo EVOO; 49 no grupo DieTBra; e 50 no grupo DieTBra + EVOO. Os participantes eram indivíduos com obesidade grave e foram acompanhados por 12 semanas por meio de visitas mensais. A coleta de dados ocorreu na Unidade de Pesquisa Clínica em parceria com o Ambulatório de Nutrição em Obesidade Grave (ANOG), do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás.
A intervenção nutricional da dieta com padrão brasileiro consistiu na prescrição de um plano alimentar individualizado baseado na dieta tradicional brasileira, que é um padrão alimentar saudável caracterizado pelo consumo de arroz e feijão nas refeições principais (almoço e jantar), uma pequena porção de carne magra (carne vermelha, peixe ou frango) e vegetais crus e cozidos. Frutas, pão, leite e laticínios foram consumidos em pequenas refeições e os participantes foram incentivados a comer alimentos frescos e / ou minimamente processados no lugar de alimentos ultraprocessados.
“Este foi o primeiro ensaio clínico randomizado que compara a eficácia de duas intervenções nutricionais, DietBra e EVOO, em indivíduos com obesidade grave como estratégia para modular o processo inflamatório nessa condição”, relata o professor Rafael Longhi.
De acordo com o estudo, a DietBra combinada com o EVOO melhorou significativamente a contagem de leucócitos e a razão linfócitos/monócitos (LMR) no final do período de acompanhamento em indivíduos com obesidade grave. Embora a razão linfócitos/neutrófilos (NLR) e a proteína C-reativa (CRP) não tenham seguido a mesma tendência, os resultados sugerem mudanças clinicamente positivas. “Esses achados fornecem evidências adicionais de que a dieta saudável brasileira combinada com EVOO pode influenciar positivamente nos parâmetros inflamatórios em pacientes com obesidade grave”, destaca o professor.
Além de Rafael, participaram do estudo as pesquisadoras da Universidade Federal de Goiás Annelisa Silva e Alves de Carvalho Santos e Ana Paula Santos Rodrigues, a pesquisadora Anallely López-Yerena, da Universidade de Barcelona, o professor Cesar de Oliveira, da London University College, e a líder do projeto, a professora e pesquisadora Erika Aparecida Silveira, da Universidade Federal de Goiás e London University College.
Redação Vida & Tal
Fonte: Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG.