O teste antidoping realizado pela atleta da seleção brasileira feminina de vôlei, Tandara Caixeta, no dia 7 de julho, durante trabalho da Seleção Brasileira feminina no Centro de Treinamento de Saquarema, confirmou a presença da substância Ostarina/Ostarine. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (6) pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
“Ao receber, no dia 5 de agosto de 2021, o resultado do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), único credenciado pela WADA na América Latina, foi constatada a presença da substância Ostarina, que pelo Código Brasileiro Antidopagem implica na aplicação obrigatória de uma suspensão provisória da atleta. A Ostarina é uma substância não especificada, proibida em competição e fora de competição. Pertence a classe: S1.2 Agentes Anabolizantes – Outros Agentes Anabolizantes – SARMS da Lista de substâncias e métodos proibidos da AMA-WADA”, diz a nota oficial emitida pela ABCD.
De acordo com estudo realizado pela World Anti-Doping Agency (WADA), “aproximadamente um décimo da população atlética do mundo usa SARMs (particularmente Ostarine) para melhorar seu corpo e desempenho (o que é considerado um aumento de desempenho seguro). Estudos demonstraram a capacidade dos SARM para aumentar drasticamente a massa muscular e óssea em animais, sem ter impacto adverso na próstata. Os ensaios de fase I de SARM em seres humanos também relataram aumentos significativos na massa muscular magra”.
Os dois mais falados sobre SARMs entre os fisiculturistas são SARM S-4, também conhecido como Acetamidoxolutamide e SARM S-1: aka Ostarine ou MK 2866.
Os SARMs não esteroides são projetados especificamente para um tipo de bloqueio, portanto, ele só afetará áreas do DNA que previnem o desperdício muscular e ósseo, ao mesmo tempo que promovem o crescimento nessas áreas. SARMs não esteroides foram utilizados para musculação, powerlifting e uma infinidade de outros esportes desde o início de sua popularidade. Sua relação benefício para efeito colateral foi testada desde a década de 1990 sem evidências que sugerem dano. Este avanço na tecnologia científica continua a sugerir que os SARMs são o futuro dos anabolizantes e acabará por substituir a terapia com esteroides.
Segundo guia completo publicado pela Muscle Kreator Technology, SARM é uma atualização de esteroides anabolizantes. Pode ser administrado por via oral, minimizando os efeitos nos níveis sanguíneos de testosterona. Também acredita-se que SARM cura mais doenças que os esteroides e outros medicamentos tratados anteriormente. Também mostra promessa de substituir o andrógeno que pode produzir resultados desejáveis semelhantes no tecido muscular como esteroides.
Ostarine foi submetido a 8 testes científicos pela GTx com cerca de 600 indivíduos, mais 3 estudos de eficiência. Um estudo clínico de 4 meses com Fase IIb, incluindo 159 pacientes, demonstrou um aumento completo na massa muscular magra total em comparação com o placebo e o objetivo secundário de aumentar a força muscular. Em termos de musculação, os usuários do Ostarine provaram que o MK-2866 pode ajudar a melhorar a massa muscular magra e os níveis de força.
Prevenção de lesões
Os efeitos do MK-2866 convertem-se em anabolismo no tecido muscular ósseo e esquelético, o que significa que ele pode ser usado no futuro para diferentes propósitos, como a osteoporose e como tratamento simultâneo com drogas que diminuem a densidade óssea. Então, tem grande utilidade como um composto para recuperação de lesões, especificamente lesões relacionadas a ossos e tendões.
Irregular no Brasil
É importante ressaltar que a Coordenação-Geral de Gestão de Resultados (CGGR) da ABCD acompanhou nos últimos dois anos, cinco casos de potenciais violações de regra antidopagem envolvendo SARMs (Moduladores Seletivos do Receptor de Androgênio) e reportou à Anvisa uso irregular da substância proibida “ostarina” em farmácias de manipulação . SARMs são consideradas substâncias proibidas da Classe S1 (Agentes Anabolizantes) da Lista da Agência Mundial Antidopagem. Alguns países, inclusive, proíbem o consumo regular fora do esporte por ausência de aprovação clínica completa para consumo humano. Também pode ser conferida na página da ABCD a lista de substâncias e métodos proibidos de 2021.
Redação Vida & Tal