Diversos artistas manifestaram solidariedade à atriz Guta Stresser (49), que ficou conhecida após o papel de Bebel, na Grande Família. A atriz que viveu o personagem da esposa de Agostinho Carrara na trama global divulgou em suas redes estar em tratamento devido a um diagnóstico de esclerose múltipla. Mas afinal, que doença é essa?
A neurologista Raquel Custódio da Silveira, do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) explica que trata-se de uma doença neurológica autoimune desmielinizante, inflamatória e degenerativa do sistema nervoso central, que afeta mais mulheres do que homens, muito comum em adultos jovens. “É uma das principais causas de incapacidade de pessoas jovens em todo o mundo”, afirma ela.
As manifestações são diversas e dependem da área acometida no cérebro ou medula. Variam desde fraqueza motora a alterações sensitivas, visão dupla, alteração na marcha e equilíbrio, vertigem, distúrbios urinários, emocionais, como a depressão, e cognitivos.
Tudo isso dificulta o diagnóstico, que é feito seguindo critérios específicos. “Utilizamos o acompanhamento clínico – história e exame físico do paciente-, aliado à análise de exame de imagem (ressonância magnética) e laboratorial que nos auxiliam a afastar outras doenças e ainda o auxílio do líquor”, esclarece.
A esclerose múltipla tem causas desconhecidas. “Sabemos se tratar de uma doença multifatorial, ou seja, causada por um conjunto de fatores em uma pessoa com predisposição genética. Podem contribuir questões como etnia, região do planeta onde a pessoa vive e exposição ao sol, por exemplo. Muitas vezes, os pacientes com esclerose múltipla apresentam também outras doenças autoimunes concomitantes”, pontua.
A esclerose múltipla possui alguns subtipos, que são definidos de acordo com a evolução clínica do paciente. “A forma mais frequente é a que chamamos de remitente recorrente, cuja característica é a presença de surtos bem marcados, que são “ataques” ao sistema nervoso central, com sintomas clínicos que podem durar dias ou semanas”, esclarece a especialista.
Tratamento
A boa notícia é que a maioria dos pacientes hoje tem uma boa qualidade de vida, fazendo uso de medicamentos que controlam a doença. “Atualmente, temos drogas que chamamos de modificadoras da doença, que não apenas evitam o avanço da esclerose múltipla, como podem deixar o paciente sem sintomas por anos. Por essa razão, é tão importante investigar os sintomas, para que seja feito um diagnóstico precoce”, afirma.
Redação Vida & Tal
Fonte: SB Comunicação.