O Papa Francisco passou por uma cirurgia programada na noite do último domingo (4), para a retirada de parte do intestino grosso, em função de uma estenose diverticular do cólon, um dos problemas que acometem aqueles que desfrutam da longevidade. Sua incidência aumenta com o avançar da idade e, embora seja bastante comum e afete até 10% dos adultos de meia-idade e 50 a 80% dos adultos com idade superior a 80 anos, poucas pessoas estão cientes de que possuem a doença.
A prevalência é semelhante entre indivíduos de ambos os sexos, com índices de sangramento diverticular maiores em homens e de obstrução mais significativa em mulheres. Dez a 25% dos pacientes com diverticulose apresentarão quadro de diverticulite. Depois dos 60 anos, praticamente 100% dos idosos têm esse problema, em maior ou menor grau.
Nem todos apresentarão sintomas: alguns têm dor, outros desenvolvem complicações maiores, segundo o médico Ramon Mendes, diretor do núcleo de coloproctologia do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), a estenose diverticular ocorre devido a frequente inflamação dos divertículos, que são saculações (pequenos sacos) presentes no intestino grosso.
O médico explica ainda que essas inflamações deixam cicatrizes no intestino, fazendo com que a sua parede fique mais endurecida e espessa. Se essas inflamações tornam-se recorrentes, a passagem que tinha 5 centímetros de calibre passa a ter 1 ou 2. E esse estreitamento do órgão recebe o nome de ‘estenose’.
“Essa inflamação frequente deixa a parede do intestino mais espessa e com isso estreita causando dor e dificuldade para o seu funcionamento”, afirma.
Tratamento
“Quando há inflamação, chamamos de diverticulite, que é um quadro agudo a ser tratado com remédios via oral ou endovenosa. Caso chegue a ter perfuração ou sangramento do intestino, o paciente precisará de intervenção com urgência. O tratamento cirúrgico é a melhor opção quando se tem essa situação. O uso da robótica proporciona uma melhor abordagem com maior precisão e visão para realizar essa cirurgia, possibilitando o retorno precoce às atividades e a alta hospitalar mais rápido em até 48 horas”, finaliza Ramon Mendes.
Redação Vida & Tal
Fonte: Brandão Comunicação