São diversos tratamentos que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com a fibromialgia, entre eles, a prática do exercício físico. Mas, quais exercícios podem ser considerados uma ferramenta não farmacológica de controle da dor?
Para a educadora física o Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), Jennifer Suassuna, não há um único tipo a ser feito e o ideal é verificar as necessidades individuais, podendo dosar entre exercícios aeróbicos e de fortalecimento. A maior implicação é o cuidado com a intensidade devido à dor.
“É muito comum, principalmente hoje, que os exercícios de alta intensidade sejam difundidos, o que acaba gerando aquelas dores musculares tardias. Uma pessoa com fibromialgia deve ter muito cuidado com esse tipo de intervenção”, alerta.
Ainda de acordo com a profissional que trabalha com grupos especiais e pacientes com fibromialgia, isso não quer dizer que a pessoa não possa fazer exercícios intervalados (intensidade moderada/ alta) ou musculação.
“O que não deve ser estimulado nesta pessoa são as micro lesões musculares. Se a pessoa não tem crise, controle ou ausência de dor, e tem boa capacidade física para a intensidade indicada, ela poderá fazer. E tudo deve ser bem dosado, porque pode haver uma contraresposta, ou seja, ela pode se sentir tão dolorida que gerará uma crise da fibromialgia”, explica.
Essas noções, diz Jennifer, são construídas em um processo de interação entre professor e aluno, com avaliações física, funcional, de movimento e anamnese. Por isso, a especialista ressalta sobre a importância do profissional de educação física buscar um aprimoramento para saber individualizar os exercícios sob a perspectiva da fibromialgia.
Outro exemplo de individualização destacado pela educadora são alguns casos de pessoas incapacitadas, como idosos em abrigos, cujo discernimento cognitivo para funções diversas está afetado, o que demanda atividades adequadas, mais lúdicas e leves.
“Quando a pessoa está em crise é recomendado que faça atividades leves, para que não potencialize a dor, como aulas de relaxamento, alongamento, uma caminhada leve e até uma caminhada na piscina, uma hidroterapia, hidroginástica, isso é confortável, ajuda a pessoa a lidar com a dor”, ressalta.
Exercícios na pandemia
O cenário de pandemia mostrou que é possível realizar atividades físicas em casa e, em muitos casos, de forma remota. É o que ocorre com o Estágio Supervisionado do curso de Educação Física do Unipê, onde o professor supervisor, a dupla de alunos e o usuário, incluindo alguns com fibromialgia, se conectam para manter os exercícios de forma orientada e ao vivo.
“O feedback tem sido positivo, inclusive ao promover uma socialização interrompida pela pandemia, e que ocorre remotamente agora. A pessoa tem ali alguém que conversa com ela todos os dias, que faz o treino dela, que a estimula, dentro de todas as limitações e tomando todos os cuidados”, afirma Jennifer.
Mas é preciso se atentar ao fazer exercícios sem orientação profissional. “É problemático porque a pessoa pode acabar se machucando, principalmente num quadro como o de fibromialgia, e ter mais malefícios do que benefícios. Se ela não tem ajuda, mas quer fazer uma caminhada bem leve, não tem problema nenhum. Para ser sistematizado, precisa da presença de um professor, que pode ser de uma assessoria on-line, ou nos formatos ao vivo ou presencial”, finaliza.
Redação Vida & Tal
Fonte: XCOM Agência de Comunicação Unipê