Estudos recentes apontam que o alto Índice de Massa Corporal (IMC), ou excesso de gordura corporal pode ser é um fator de risco bem estabelecido para câncer de colorretal. Para entender melhor, o Vida & Tal conversou com o diretor do Núcleo de Coloproctologia do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), Ramon Mendes. De acordo com o especialista, têm sido cadê vez mais crescente a relação entre obesidade, em decorrência da má alimentação e falta de atividade física, com o número de pacientes diagnosticados com câncer.
V&T – O aumento no número de pessoas obesas pode estar relacionado ao aumento no número de casos de câncer colorretal em jovens?
RM – Isso é o que mais observamos devido o sedentarismo que ocorre com essa geração “vídeo game” onde se perde mais tempo à frente da teve da internet e sem ter as práticas de atividades físicas como futebol, corridas, práticas de esportes como tênis, natação.
V&T – Também há pessoas “magras” com o IMC alto, essas pessoas também são consideradas candidatas a desenvolver a neoplasia colorretal?
RM – Exatamente pois o IMC alto implica muito no depósito de gordura que é um grande risco para diabetes e câncer colorretal.
V&T – Como e quando realizar o rastreamento?
RM – O rastreamento na população em geral deve ser iniciado aos 45 anos ou com a pesquisa de sangue oculto anual até os 50 anos ou já com uma colonoscopia. Essa rotina deve ser utilizada para a população assintomática. E o período de repetição de uma nova colonoscopia depende muito dia achados como o número dia pólipos removidos, o tamanho dia pólipos e o resultado da biópsia desses pólipos.
V&T – Existem sintomas que podem servir de alerta, quais?
RM – Existe diversos sintomas de alerta que devem ser observados como sangue nas fezes, mudança do hábito intestinal como por exemplo pacientes que iam ao banheiro diariamente e começou a perceber uma mudança nessa rotina, fezes diarreicas por um período elevado, distensão abdominal que é o aumento do volume abdominal, fezes escuras, perda de peso inexplicado , mudança no formato das fezes bem como cólicas e dores abdominais devem sempre ser observadas e encaminhadas para uma avaliação médica.
V&T – Prevenção e tratamentos?
RM – Uma das grande formas de prevenção é a mudança dia hábitos de vida como mudar a alimentação focando em alimentos saudáveis com frutas verduras e fibras evitando defumados, embutidos e enlatados. Outra forma é incluir no dia a dia a atividade física diária que dá mais qualidade de vida e diminui os fatores de risco para câncer colorretal.O mais importante para definir o tratamento é o diagnóstico precoce e esse conseguimos com a colonoscopia.
Com o diagnóstico do câncer existe algumas formas de tratamento com a ressecção da lesão através da colonoscopia para os tumores bem iniciais ou o tratamento cirúrgico que pode e deve ser cada vez mais realizado de forma minimamente invasiva ou por laparoscopia ou através da robótica que tem melhorado em muito a recuperação pós cirúrgica. Em algumas situações precisamos iniciar com o tratamento quimioterápico ou radioterapia e a seguir cirurgia. O mais importante sempre prevenir e tratar sempre o mais precoce, finaliza Ramon Mendes.
Redação Vida & Tal