No Brasil, os dados referentes ao diagnóstico de cânceres de cabeça e pescoço, com exceção da tireoide, são alarmantes. Em média, 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento, além de elevar a taxa de mortalidade. Para debater maneiras de mudar esse cenário, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) promove campanha de conscientização sobre os diversos tipos de cânceres de cabeça e pescoço, principalmente os relacionados ao consumo de álcool e de tabaco, durante o mês de julho.
Os cânceres de cabeça e pescoço englobam tumores da cavidade oral, faringe, laringe e cavidade nasal. Esses tipos de cânceres ocorrem predominantemente em homens acima de 40 anos, como destaca a coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca, Liz Almeida, que afirma também que o tabagismo e o excesso de álcool são grandes fatores de risco.
“O cigarro e a bebida alcoólica são responsáveis por 70% dos casos dessa neoplasia. Por isso, a principal forma de prevenção é evitar o consumo de álcool e produtos do tabaco. Além disso, proteger os lábios do sol com o uso do protetor solar, é muito importante. A infecção pelo HPV é outro fator de risco para esse tipo de câncer. Conhecer e ficar em alerta aos sinais e sintomas também faz toda diferença na detecção precoce da doença e, consequentemente, no melhor resultado do tratamento”, destaca Liz.
Em 2019, segundo dados do Inca, foram 20.722 mortes por câncer de cabeça e pescoço. O chefe da Seção de Cabeça e Pescoço do Inca, o cirurgião Fernando Dias, explica que o alto índice de mortalidade é, especialmente, devido aos pacientes chegarem para o tratamento já com a doença avançada. Quando o diagnóstico é realizado na fase inicial, o paciente tem, em média, 80% de sobreviver.
“Uma das recomendações para obter o diagnóstico precoce é consultar periodicamente um dentista, profissional que pode identificar lesões em estágios iniciais na cavidade oral”, acrescenta Fernando.
Um panorama epidemiológico do Brasil sobre câncer da cavidade oral e orofaringe no momento do diagnóstico foi apresentado em evento online, realizado no último dia 15 de julho. Especialistas analisaram e debateram informações detalhadas extraídas dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC), além de Planejamentos e estratégias necessárias, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), para o controle do câncer de cabeça e pescoço no país. Para a diretora-geral do Inca, Ana Cristina Pinho, o Instituto tem um importante papel para incentivar a prevenção e o controle de todos os tipos de canceres.
“Sabemos que muitos casos de tumores podem ser evitados com informação e ações estratégicas preventivas. Por isso, o Inca tem o objetivo de alertar sobre atos do cotidiano, que podem vir a evitar uma doença grave no futuro”, conclui.
Redação Vida & Tal
Fonte: Instituto Nacional do Câncer (Inca)