O Cross Traninig desembarcou no Brasil em 2009 e desde então vem revolucionando a forma de treinar, isso obviamente tem vários pontos positivos e, como qualquer modalidade, requer atenção. O EUA é o primeiro colocado com aproximadamente 6 mil boxes para treinamento. Mesmo com essa diferença, o Brasil ainda assim está à frente de países como Canadá, Austrália e nações europeias, e permanece na liderança do mercado na América Latina.
A empresa líder no segmento de sistemas de gestão para negócios fitness, a Tecnofit realizou um levantamento em fevereiro de 2022 e revelou os estados onde o esporte conta com mais praticantes. 29% destes espaços estão em território paulista, ou seja, São Paulo concentra quase um terço dos crossfiteiros. O Rio de Janeiro aparece na segunda colocação, com 13%. Em seguida Minas Gerais (9%); na quarta posição o Paraná (8%); em quinto o Rio Grande do Sul (7%); e, na sexta colocação, Santa Catarina (6%).
A modalidade conta com movimentos funcionais, em alta intensidade e constantemente variados. A execução dos exercícios trabalha os músculos e as articulações. Toda essa movimentação tem transferência direta com as atividades do dia a dia como sentar, levantar, puxar e empurrar.
“A principal característica do Cross Training que chamou a atenção e mudou a maneira de treinar foi a alta intensidade, antes só vivenciada por atletas profissionais, além dos nítidos benefícios. E foi assim que pessoas comuns começaram a treinar de maneira mais intensa (de forma progressiva e ajustada para cada um). Com característica de serem constantemente variados, esses exercícios ajudam a combater a monotonia dos treinos tradicionais, deixando mais lúdico, atrativo e auxiliando na construção de um repertório motor maior nos praticantes”, relata Wellington Alves do Carmo (Dread Coach), Profissional de Educação Física e professor do curso de Cross Training na Pós-Graduação da Faculdade UNIGUAÇU.
Existem aspectos do Cross Training que se conectam com os princípios da evolução e do comportamento humano.
“Um deles é o generalismo que representa a nossa capacidade e habilidade de não ser especialista em nenhum movimento, mas ser capaz de realizar uma grande quantidade deles. Um caçador-coletor, por exemplo, provavelmente seria mais habilidoso que a maioria de nós em relação à movimentação. Outro aspecto que explica o sucesso é o treino ser em grupo, ou em bando como os nossos antepassados preferiam”, comenta Carmo.
Atenção, alguns cuidados devem ser tomados para uma prática segura da modalidade:
Primeiro: encontrar um profissional qualificado que está mais preocupado com você do que com o treino;
Segundo: escolha um box onde a prioridade e a preocupação sejam com o aluno;
Terceiro é: respeitar seus limites, a evolução é diária e não é necessário pular etapas; e por último: siga os três pilares do treino com segurança— mecânica, consistência e intensidade.
“Isso quer dizer que o essencial é aprender o movimento, sem nenhuma preocupação com a intensidade, repita quantas vezes for necessário até dominar a técnica e ter consciência corporal, depois deve conseguir manter esse padrão da primeira até a última repetição, só depois aumentar a intensidade”, orienta o professor.
Conheça os benefícios da modalidade:
- Desenvolve os músculos e a força;
- Trabalha a estabilidade, velocidade, agilidade, flexibilidade e a resistência. A modalidade é uma excelente opção para corredores que querem dar um upgrade no treino com o intuito de melhorar a performance;
- Auxilia no processo de emagrecimento e na melhora da qualidade de vida;
- Envolve exercícios aeróbicos e anaeróbicos mesclando técnicas de força e aptidão física;
- Os treinos envolvem todos os grupos musculares de maneira dinâmica;
- É uma atividade que inspira a superação de limites (de maneira consciente e respeitando o corpo) e a trabalhar em grupo;
- Melhora a resistência cardiovascular e a respiratória, a qualidade do sono, além da muscular;
- Fortalece o tronco, ou seja, os músculos abdominais que envolvem as costas, o assoalho pélvico e o diafragma.
Redação Vida & Tal