“Novembro Azul” também é coisa de mulher, afinal as mulheres são grandes incentivadoras dos homens quando o assunto é cuidar da saúde. Pelo bem deles, elas estão sempre estimulando companheiro, filho, pai, avô, colega de trabalho e amigo a melhorar hábitos e a consultar médicos e outros profissionais de saúde para prevenir, diagnosticar ou tratar doenças. Tem homem que só vai a uma consulta quando uma mulher “pega no pé” dele.
Por esta razão, o grupo baiano “Mulheres na Oncologia” não só defende o co-protagonismo feminino no Novembro Azul como também se junta ao “coro” para alertá-los sobre a importância do autocuidado, o que inclui as consultas e exames de rotina. De acordo com a oncologista Samira Mascarenhas, uma das integrantes do grupo, um homem chegar acompanhado de uma mulher em um consultório médico sempre foi uma cena bastante comum.
Com a pandemia de Covid-19, porém, a restrição de acompanhantes para evitar aglomerações passou a ser uma realidade, o que também acabou desmotivando muitos homens de irem ao médico. O medo do contágio também se somou a outros fatores que já eram utilizados como justificativa para o adiamento das consultas.
“Infelizmente, muitos homens ainda insistem em só procurar um médico quando sentem sintomas. Contudo, diversos tipos de câncer, como o de próstata (o mais prevalente entre eles), são assintomáticos no início. Acontece que quando a doença é descoberta precocemente, as chances de sucesso do tratamento são muito maiores”, destacou a especialista.
Além de incentivar os homens a se consultarem com médicos e a realizar exames de rotina, as mulheres têm um papel fundamental na adoção de hábitos saudáveis, essenciais para a prevenção do câncer de próstata e de tantas outras doenças. De acordo com a rádio-oncologista integrante do grupo “Mulheres na Oncologia”, Elisângela Carvalho, o ditado “a palavra convence, o exemplo arrasta” é certeiro.
“Quando a mulher que convive com um homem não só o aconselha, mas também adquire hábitos alimentares saudáveis, pratica exercícios físicos regularmente, para de fumar, reduz ou elimina o consumo de bebidas alcoólicas, controla o estresse e adota uma rotina saudável, ela acaba influenciando todos os moradores da casa a, pelo menos, repensar suas escolhas. Muitos acabam se inspirando nela”, afirmou a médica.
As mulheres também podem contribuir para a saúde do homem incentivando-os a rever e eliminar preconceitos, como aqueles relacionados ao exame de toque retal, tão importante no rastreamento do câncer de próstata. De acordo com a urologista Bianca Macedo, a forma de detecção precoce existe, mas o preconceito sobre ele ainda é muito grande.
“O exame não tem relação com a masculinidade e sim com a saúde masculina. O homem que faz a diferença não permite que o preconceito o impeça de cuidar de algo tão valioso: a própria vida”, alertou a especialista, ao lembrar que o tumor da próstata é o mais frequente na população masculina.
O grupo formado por médicas que atuam juntas na luta contra o câncer em Salvador, trabalham para ampliar o acesso das pessoas aos serviços de saúde de qualidade, combater as diferenças de oportunidades no trabalho decorrentes do gênero e colaborar para o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
“Somos mulheres, profissionais e mães e cumprimos todos os nossos papéis com dedicação e responsabilidade. Devemos, sim, incentivar os homens a se cuidarem melhor, mas não podemos nos esquecer de que, primeiro, precisamos cuidar bem de nós mesmas”, completou a oncologista Renata Cangussu, também integrante do “Mulheres na Oncologia” ao lado da oncologista Samira Mascarenhas e da rádio-oncologista Elisângela Carvalho.
Redação Vida & Tal
Fonte: Brandão Comunicação.