A primeira parte do estudo pioneiro organizado pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CCF) e Academia Brasileira de Rinologia (ABR) entre os médicos brasileiros sobre a perda súbita de olfato no contexto da pandemia da Covid-19 gerou informações novas e relevantes.
Após dois meses, avaliando o comportamento das alterações do olfato de pacientes que testaram positivo e negativo para a Covid, observou-se que as infecções respiratórias são a segunda causa mais frequente de perda de olfato, conhecidas como hiposmias, baixa sensibilidade olfativa ou anosmias, redução ou perda absoluta do olfato, pós-infecciosas.
O estudo chama a atenção para o aumento em sua prevalência com a pandemia da Covid-19. Normalmente, os quadros de perda de olfato, pós-infecção costumam apresentar uma recuperação rápida e total em alguns dias, o que já não acontece com os pacientes infectados pelo Sars-Cov-2.
Enquanto 70% dos pacientes Covid-19 negativos recuperaram totalmente o olfato, apenas metade dos Covid-19 positivos atingiram este status. E considerando somente os pacientes que conseguiram recuperar totalmente o olfato, os pacientes Covid-19 positivos levaram mais tempo que os negativos. Por fim, nos pacientes Covid-19 positivos, os que apresentaram hiposmia recuperaram mais que os anósmicos.
De acordo com a publicação da associação, “estes achados são inéditos e mudaram nossa percepção sobre a perda súbita de olfato pós Covid-19, pois achávamos que seriam perdas transitórias e facilmente recuperáveis. Infelizmente, é mais uma faceta desta nova e traiçoeira doença. Os médicos otorrinolaringologistas devem estar preparados para diagnosticar e tratar adequadamente esta nova demanda de pacientes”, declara.
Redação Vida & Tal
Fonte: Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF)