Prevenir e combater as hepatites virais é um desafio para o Brasil, onde a hepatite C é a mais prevalente. O Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) estima que 657 mil pessoas estejam infectadas pelo vírus da hepatite C no país. Para orientar o público a detectar a doença que, na maioria das vezes não apresenta sintomas, foi lançado um guia reunindo informações relevantes, em linguagem clara e objetiva.
A publicação “Hepatite C: seu guia para saber tudo sobre a doença”, disponível para download gratuitamente, foi elaborado a partir de uma parceria entre a equipe do Centro Avançado Hepatobiliar do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) e o Ibrafig, que é ligado à Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH).
“Precisamos falar sobre o assunto: temos vacinas para prevenir as hepatites A e B. Por esta razão é tão importante que pessoas com idade a partir de 40 anos façam o teste para a detecção da doença, que muitas vezes não apresenta sinais ou tem sintomas leves, que muitas vezes acabam sendo ignorados”, alerta a hepatologista do HSVP, Andreia Evangelista.
Ainda de acordo com a especialista, a doença tem tratamento, que dura entre 8 e 24 semanas, e as chances de cura chegam a 90%.
“O Ministério da Saúde tem um plano para a erradicação da hepatite C no país até 2030, mas para que isso aconteça, é preciso que a população faça o teste e busque o tratamento”, orienta.
Prevenção e diagnóstico
O guia traz orientações sobre as formas de transmissão da hepatite C, que se dá primordialmente pelo compartilhamento de objetos perfurocortantes, como seringas, agulhas, alicates de unha e lâminas de barbear; com uso de material não esterilizado em procedimentos como tatuagens e colocação de piercings; por meio de transfusões de sangue (feitas antes de 1993, quando não havia a testagem prévia) e por meio de relações sexuais com muitos parceiros sem o uso de preservativo. A publicação traz ainda informações sobre a detecção precoce e esclarecimentos sobre quem deve se submeter ao teste.
Complicações
Por avançar de forma silenciosa na maioria dos casos, a hepatite C pode evoluir de forma grave. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2020, editado pelo Ministério da Saúde, revela que sozinha, a hepatite C foi responsável por mais de 76% das mortes provocadas por hepatites virais entre os anos 2000 e 2018.
“A hepatite C provoca fibroses, que são como cicatrizes. Sem tratamento, a doença avança e pode causar cirrose. É muitas vezes nesta fase em que o paciente começa a ter sintomas provocados pela insuficiência hepática, como inchaço nas pernas, aumento no abdômen e icterícia que é quando o paciente fica com os olhos amarelos”, explica Andreia.
Redação Vida & Tal
Fonte: SB Comunicação