O Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) comemora uma importante conquista: a realização de dois mil transplantes renais na unidade, em nove anos da implantação do serviço, que é conveniado ao SUS. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o HSF é o principal transplantador renal do estado do Rio de Janeiro e o segundo maior do país. Para o diretor geral do HSF, Frei Isaac Prudêncio, chegar aos dois mil transplantes renais realizados é motivo de grande orgulho.
“São 2 mil novas oportunidades de viver com mais qualidade, sem as limitações impostas pela doença renal crônica. É importante destacar que alcançamos este marco graças à dedicação e expertise de nossas equipes e por uma atitude que fez toda a diferença: mesmo no auge da pandemia da Covid-19, não interrompemos a realização de transplantes e seguimos com a nossa missão de salvar vidas”, afirma.
O transplante do rim de número 2 mil trouxe muita esperança para Bianca Petronetto, de apenas 33 anos. Com quadro de insuficiência renal crônica, ela estava fazendo hemodiálise desde novembro de 2015 e aguardava por um novo rim desde julho de 2019.
“Eu já tinha tentado um transplante intervivos, para receber um dos rins do meu pai. Os exames mostraram que tínhamos compatibilidade, mas meu corpo começou a produzir anticorpos e não pudemos prosseguir. A vida de quem faz hemodiálise é difícil, a gente sente muita depressão porque fica dependente do sistema. Por exemplo, quando quer viajar, precisa se assegurar de que vai conseguir seguir com a diálise e isso é praticamente impossível.”, conta Bianca.
A pandemia da Covid-19 foi um marco divisório na história de Bianca. “Eu vivia com a minha mãe, mas em março de 2021, a Covid a levou. Aliás, perdi muita gente, muitos colegas de diálise. Eu sempre me dediquei a cuidar da minha mãe. Mas quando ela partiu, decidi que era o momento de cuidar de mim”, lembra. Agora, com o novo rim, Bianca sonha em viajar, entrar para a faculdade e retomar as rédeas da própria vida. “Quando eu soube, finalmente, que o rim seria meu, tive muito medo e confesso que tive vontade de ir embora. Minha irmã, que estava comigo, dizia que eu devia pensar positivo. Ela estava certa. Agora vou, finalmente, conhecer a minha vida”, comemora Bianca.
A equipe
À frente da equipe de transplantes renais do HSF está a nefrologista Deise de Boni Monteiro de Carvalho. Referência na área, a médica participou dos dois mil transplantes feitos na unidade e de mais 4.000 ao longo de sua carreira. Para ela, que é uma das fundadoras da ABTO, o sucesso no trabalho do Hospital São Francisco se deve a dois fatores, principalmente: “Conseguimos alcançar esta marca porque contamos com uma equipe fantástica, altamente capacidade, e pelo fato do hospital nos oferecer boas condições de trabalho e um serviço ativo, sem interrupções, desde sua implantação em 2013”, destaca.
A também nefrologista e subcoordenadora da equipe de transplantes renais, Tereza Matuck, aponta que, outro ‘segredo’ para os bons resultados alcançados é ter uma equipe multidisciplinar que atua de forma totalmente afinada.
“Contamos com médicos nefrologistas e cirurgiões, além de suporte de enfermeiros especializados em transplantes e uma assistente social que acompanha os pacientes antes e depois do procedimento, dando todas as orientações para que se recuperem da melhor forma possível. Atuamos em conjunto e temos orgulho e satisfação do que realizamos até aqui. Pretendemos continuar trabalhando mais e melhor, a cada dia”, frisa Tereza Matuck.
Redação Vida & Tal