A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), através dos Departamentos Científicos de Aleitamento, Imunizações e Infectologia, acaba de publicar o documento científico “Vacinação contra covid-19 em lactantes”. Considerando a situação do Brasil, onde há vacinas disponíveis, mas não há estudos específicos sobre alguns grupos (como gestantes, puérperas e lactantes), este material tem como objetivo trazer uma revisão sobre os dados disponíveis a respeito do tema.
Para a SBP, é recomendada a vacinação contra a covid-19 para lactantes. A orientação segue a Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirma que se a lactante é pertencente a um grupo no qual a vacinação é recomendada, ela deve ser oferecida. Além disso, a SBP não aconselha a interrupção da amamentação após a vacinação.
O documento analisa ainda que as duas vacinas utilizadas até o momento no Brasil, Coronavac (Sinovac/Butantan) e AstraZeneca/Oxford/Bio-Manguinhos, são consideradas conceitualmente vacinas inativadas, ou seja, não são capazes de produzir doenças. O principal documento nacional, que define as ações vacinais do Sistema Único de Saúde (SUS), orienta a vacinação de gestantes e lactantes com precaução, caso a mulher e o seu médico decidam, de forma compartilhada, pela aplicação.
Outros documentos também foram publicados seguindo a mesma linha de orientação da nota do Ministério da Saúde, entre eles o da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); um consenso das filiadas Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (SGORJ) e Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina (SOGISC); e o The American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). Por outro lado, além da OMS, outras entidades internacionais se posicionaram a favor da vacinação nestes grupos, especialmente em lactantes.
No documento, a instituição destaca o benefício da vacinação da gestante e/ou da lactante, que é propiciar a proteção destas mulheres contra a covid-19, diminuindo, portanto, o risco teórico de transmitir a infecção aos filhos destas mães vacinadas. Além disso, o leite materno contém anticorpos (IgA secretória contra o SARS-CoV-2) que poderiam potencialmente proteger o bebê amamentado.
A SBP enfatiza, ainda, a recomendação da vacinação de mulheres que, na sua oportunidade de vacinação, estiverem amamentando, independentemente da idade de seu filho, sem necessidade de interrupção do aleitamento materno, ressaltando todos os benefícios de ambas as ações.
Redação Vida & Tal
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria