O Dia Mundial do Sono comemorado nesta sexta-feira (19), em todo o planeta, tem por objetivo destacar os distúrbios que impendem boa parte da população mundial ter uma noite tranquila e bem dormida. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em 2019, 40% dos brasileiros e 45% da população mundial sofrem de insônia.
Certamente, ter um sono regular faz toda a diferença para a prevenção de doenças cardiocerebrovasculares (AVC, arritmias, infarto), metabólicas (obesidade, diabetes e prejuízo no crescimento), prejuízos da atenção e sonolência excessiva diurna – com risco de acidentes, dificuldades de aprendizado, memória e cognitivas em geral, transtornos na regulação imunológica, transtornos do humor e do comportamento, só para citar alguns exemplos.
Por essa razão, a Sociedade Mundial do Sono (WSS), em termos globais, e a Academia Brasileira de Neurologia (ABN), por meio do Departamento Científico do Sono, lançaram a campanha “Sono Regular, Futuro Saudável”. A ideia é enfatizar o papel fundamental do bom sono na vida diária e o impacto já cientificamente reconhecido do mesmo na prevenção de enfermidades, na vida futura em várias áreas da saúde humana e em todas as faixas de idade.
O dia Mundial é ainda um apelo a todos os profissionais que atuam na área para defender e educar os cidadãos sobre a importância do sono na conquista de uma melhor qualidade de vida e melhora na saúde global.
Como ter um sono regular
Ainda de acordo com a ABN, são dois os processos que regulam o tempo e a duração do sono: a regulação circadiana (processo C) e o controle homeostático (processo S). Embora muitos outros fatores afetem o sono, como o ambiente, estresse e medicamentos; compreender esses dois processos ajuda a criar um esquema de sono consistente – regular.
O processo C refere-se ao nosso relógio interno, regulado por uma parte do cérebro, chamada núcleo supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo. Este relógio regula e controla o ciclo de sono-vigília de 24 horas por meio da influência da luz e da melatonina. Na ausência de luz (como durante a noite) a melatonina é produzida promovendo o sono, mas na presença de luz, a produção de melatonina cessa, sinalizando ao nosso cérebro que é dia e precisamos acordar.
Hábitos
Nosso comportamento pode anular esses sinais naturais. Por exemplo, luzes fortes à noite interrompem a produção de melatonina, atrasando o sono até altas horas da noite. O processo S promove o sono com base na quantidade de tempo anterior que passamos acordados.
Durante a vigília o cérebro acumula substâncias que promovem o sono. Quando dormimos essas substâncias são eliminadas e nos sentimos alertas novamente. Este processo é determinante quando tiramos cochilos à tarde, porque esgotamos as substâncias que promovem o sono e não somos capazes de adormecer em um horário razoável à noite.
O melhor sono ocorre quando “regulamos” ou sincronizamos nossos horários sociais de sono e vigília com nosso relógio interno e nossa propensão para dormir, encontrando o equilíbrio perfeito entre os processos C e S, finaliza a ABN.
Redação Vida & Tal
Fonte: ABN