Considerada a maior causa de morte evitável do mundo, o tabagismo carrega consigo uma preocupação constante, que é evitar que o número de adeptos aumente. Hoje, dia 29 de agosto, quando é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, se reforça a necessidade de conscientizar a população sobre os danos que o tabaco pode acarretar na vida e na saúde das pessoas.
De acordo com o pneumologista e diretor de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Guilhardo Fontes Ribeiro, as substâncias presentes no tabaco são danosas para a saúde, principalmente a nicotina, que provoca o vício do fumo, e está presente em todos os tabacos, sendo uma substância psicoativa que produz a sensação de prazer induzindo ao abuso e dependência.
“O cigarro não tem nenhum componente que faz bem à saúde. Desde o seu papel, até a liberação das substâncias tóxicas, tudo traz prejuízo ao organismo. Não há níveis seguros de exposição ao tabaco, podemos considerar como os principais produtos derivados do tabaco, o cigarro, charuto, cachimbo, narguilé, cigarro de palha, dispositivos eletrônicos para fumar, entre outros”, afirma.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, sendo responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis.
Desse total, o tabagismo é responsável por 85% das mortes por doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), 30% por diversos tipos de câncer, como o de pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, 25% por doença coronariana e 25% por doenças cerebrovasculares, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Com esse quadro, o especialista alerta para as principais doenças ocasionadas pelo cigarro, a exemplo da rinite, bronquite, faringite. Ele alerta ainda, para o aumento da incidência de doenças pulmonares.
“O tabagismo é reconhecidamente uma doença crônica e um fator de risco para cerca de 50 doenças, dentre elas, o câncer, DPOC e doenças cardiovasculares, temos ainda o câncer de pulmão e enfisemas”, ressalta o médico.
No Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 162 mil mortes anuais são causadas pelo tabagismo, o que equivale a mais ou menos 450 mortes por dia, e, atualmente, 11% da população brasileira com mais de 18 anos é fumante.
Segundo Dr. Guilhardo esse não é um problema apenas do paciente e dos seus familiares, mas da sociedade de uma maneira geral. “Esse é um problema social, que traz um impacto econômico e ambiental muito grande, seja através do desmatamento para a produção desses cigarros e/ou a poluição causada pela fumaça e bagas do cigarro”, afirma.
Diante desse cenário e na avaliação do Dr. Guilhardo, a preocupação quanto ao tabagismo também deve se estender ao fumante passivo, ou seja, aquelas pessoas não-fumantes que convivem com fumantes em ambientes fechados, ficando assim, expostos aos componentes tóxicos.
“É tão prejudicial quanto o fumante ativo. Ao inalar essa fumaça, ela pode absorver uma quantidade maior do que o próprio fumante. Em alguns casos, dependendo do contato, o fumante passivo absorve 2/3 da carga que está sendo exalada”, afirma.
Dicas
Para tanto, o pneumologista lista diversas dicas, que podem ajudar quem busca abandonar o cigarro. Entre as recomendações, está a orientação para modificar a rotina, além da indicação de realizações regulares de exercícios.
“É recomendável procurar ler, caminhar e praticar atividades que distraiam a mente, modificar a rotina o máximo possível, fazer exercícios regularmente. Além disso, caso não consiga parar sozinho, é recomendado procurar ajuda de especialistas”, orienta o especialista.
Benefícios
O pneumologista também lista diversos benefícios de interromper o uso de cigarros. Segundo ele, a partir das primeiras 24 horas sem fumar, já é possível observar melhoras, inclusive, uma melhor respiração.
“Em 3 dias, a frequência e a pressão cardíacas já se normalizam, em 1 mês, a coloração da pele melhora e o paladar voltam ao normal, aumentando o apetite”, destaca.
Redação Vida & Tal