Em resposta as dúvidas mais frequentes por parte da população e da comunidade médica, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), por meio do seu Departamento de Tireoide, compartilhou um posicionamento em relação à vacinação contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2) em pacientes com doenças da tireoide.
Na lista das enfermidades da glândula responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) estão o hipotireoidismo, hipertireoidismo, doenças autoimunes tireoidianas, a exemplo da Tireoidite de Hashimoto e Doença de Graves, nódulos tireoidianos ou câncer de tireoide. Confira as principais dúvidas e respostas compartilhadas pela Presidente do Departamento de Tireoide da SBEM, Patrícia de Fátima Teixeira e pelo Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, César Luiz Boguszewski:
Pacientes com doenças da tireoide devem ser vacinados no grupo prioritário?
Não, até o momento não existem evidências que demonstrem que tais doenças da tireoide, aumentem o risco de morbidade ou mortalidade pela infecção do coronavírus. Uma exceção é o caso de pacientes com câncer avançado de tireoide e que estejam em quimioterapia.
Existe alguma contraindicação específica, até o momento, para que esses pacientes sejam vacinados contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2)?
Não, até o momento as contraindicações são as mesmas aplicadas para a população geral. No presente momento, as recomendações são para se evitar vacinar pacientes com menos de 18 anos de idade, gestantes e aqueles com hipersensibilidade a um dos componentes da fórmula vacinal.
Não existem estudos que demonstrem impacto na evolução da doença autoimune tireoidiana após a vacinação contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2).
Pacientes em uso de pulsoterapia com corticoides para tratamento da orbitopatia de Graves, em uso de quimioterapia para câncer de tireoide ou em programação para radioiodoterapia devem ser vacinados?
Como é de conhecimento médico o uso de corticoides leva a um estado de imunossupressão. Não existem estudos que respondam a esta pergunta até o momento. Entretanto, a decisão de realizar ou não a vacina deve ser compartilhada entre o médico e o paciente. Uma possibilidade seria aguardar o término do tratamento com corticoides para a aplicação da vacina. Em geral se evitam vacinas com vírus atenuados nesse grupo de pacientes.
Quanto ao uso de quimioterápicos (ou medicamentos para terapia alvo) no câncer de tireoide, reforçamos a ausência de estudos e que a decisão deve ser compartilhada entre o médico e paciente, ponderando os riscos, benefícios de cada paciente.
Um cenário semelhante encontramos em pacientes que estão em programação para o uso de radioiodoterapia, devendo a discussão ser compartilhada entre o médico e paciente. Nesse caso, uma possibilidade seria postergar a aplicação da vacina ou a radioiodoterapia.
Redação Vida & Tal
Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)