A pandemia global de Covid-19 está próxima de completar dois anos e, com ela, hábitos e situações que achávamos estarem no passado se tornaram normais. Algumas dessas novas atitudes são ensinamentos sobre a melhor forma de combater e se prevenir de qualquer doença respiratória: o uso de máscaras, lavagem das mãos com água e sabão e uso de álcool em gel para dificultar a transmissão de microrganismos e a vacinação completa como prevenção. Saiba mais sobre algumas dessas atitudes e entenda por que elas deveriam ser mantidas inclusive depois que o SARS-CoV-2 deixar de ser uma preocupação.
Uso de máscaras quando estiver com sintomas de doenças respiratórias
Diversas pesquisas já comprovaram que o uso correto das máscaras traz benefícios para quem usa e as pessoas ao redor. Um estudo desenvolvido em Bangladesh entre novembro de 2020 e abril de 2021, com mais de 300 mil pessoas, e publicado na revista cientifica Nature, demonstrou queda de quase um terço nos casos de Covid-19 entre os idosos após o uso de máscara triplicar entre os cidadãos. Para isso, os pesquisadores distribuíram as proteções e ensinaram a população a usá-las corretamente.
Neste momento, o uso de máscaras é obrigatório por lei como forma de diminuir a transmissão do SARS-CoV-2. Mas as máscaras contribuem para impedir a disseminação de qualquer tipo de doença contagiosa por meio respiratório – gripe, tuberculose ou sarampo, por exemplo. Qualquer pessoa que estiver com sintomas de resfriado (coriza e tosse, por exemplo) e decidir usar máscara, independente da pandemia, vai proteger as pessoas ao seu redor da doença.
Higienização constante das mãos
O álcool em gel é um aliado no combate a doenças e uma forma prática de limpar as mãos, porém a utilização desse método deve ser feita somente quando não for possível fazer a lavagem com água e sabão – quando estiver fora de casa, por exemplo. A higienização com água e sabão é a forma mais eficaz de limpeza das mãos.
Mas fazer a limpeza correta das mãos não é tão fácil quanto parece. Alguns passos devem ser feitos para uma higienização completa:
– Molhe as mãos e o antebraço
– Espalhe o sabonete nas mãos, punhos e antebraços por completo, sem deixar nenhuma superfície sem sabão
– Esfregue as mãos, os punhos e os antebraços, sem esquecer dos cantinhos das mãos, entre os dedos e as unhas
– Enxágue tudo
– Seque as mãos com papel descartável, de preferência
– Evite contato com a maçaneta da porta, abra a porta com um papel
Quanto ao álcool em gel, atualmente é obrigatório que todo estabelecimento público ofereça essa forma de limpar as mãos às pessoas. Ele é um grande aliado no combate a doenças infecciosas: os componentes presentes no produto causam a desnaturação de proteínas e de estruturas lipídicas da membrana celular dos microrganismos, ocasionando a destruição da célula. Para a proteção ser efetiva, o Conselho Federal de Química recomenda o álcool em concentração superior a 70%.
Apostar na vacinação para se proteger de doenças preveníveis
Desde o início da pandemia de Covid-19, cientistas afirmavam que apenas com a vacinação coletiva o mundo iria superar o vírus. E isso tem se comprovado na prática: na 14ª semana epidemiológica de 2021, entre 4 e 10/4, foram registradas 21.141 mortes causadas pelo SARS-CoV-2; na 3ª semana epidemiológica de 2022, entre 16 e 22/1, foram 1.830 óbitos, mesmo com o recrudescimento da doença devido à disseminação da variante ômicron. Essa queda é consequência direta da imunização: mais de 80% da população-alvo brasileira está vacinada.
Todas as vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passaram por rigorosos testes até a aplicação na população geral. A CoronaVac, por exemplo, já mostrou sua eficácia em diferentes públicos, com e sem comorbidades. O Projeto S, estudo do desempenho da vacina no mundo real, realizado na população inteira do município paulista de Serrana, demonstrou que, para casos sintomáticos a efetividade foi de 80,5%, de 95% contra hospitalizações e de 94,9% na prevenção de mortes.
Isso prova que, para combater enfermidades preveníveis, a vacinação é a melhor saída. Doenças como a gripe (influenza), sarampo, rubéola, varíola, febre amarela, entre outras, foram controladas ou extintas por meio da imunização em massa. Esse é um fato conhecido da ciência desde a produção da primeira vacina, contra a varíola, desenvolvida pelo médico britânico Edward Jenner em 1796.
Manter distância de animais silvestres e preservar seus hábitats naturais
Boa parte das doenças que atingem os seres humanos vieram de outros seres vivos. Essa passagem de um patógeno que ataca animais para um capaz de prejudicar pessoas ocorre geralmente quando há contato constante entre as duas espécies, causado pela degradação do meio ambiente, por exemplo, ou pelo consumo de animais selvagens. A passagem acontece quando o vírus consegue se adaptar ao receptor humano, causando a infecção.
Quando um vírus consegue fazer essa movimentação, o ser humano não tem anticorpos para a doença que ele pode causar, o que facilita sua proliferação. Em certas condições, isso pode levar ao surgimento de pandemias, epidemias ou surtos. Para evitar esse tipo de situação, é importante preservar o meio ambiente e evitar o consumo de carne e outras partes de animais silvestres.
Redação Vida & Tal
Fonte: Instituto Butantan.