Hoje (1), no Dia mundial Mundial da Luta contra a Aids, o Ministério da Saúde lançou a campanha “HIV/Aids. Faça o teste. Se der positivo, inicie o tratamento”, para incentivar a busca pelo diagnóstico e tratamento da doença, reforçando que a camisinha é a forma mais fácil e simples de se prevenir.
Apesar de o Brasil ter apresentado uma queda no número de casos de infecção por Aids nos últimos anos, atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Só em 2019, foram diagnosticados 41.919 novos casos de HIV e 37.308 casos de Aids, no Brasil.
Desde 2012, observa-se uma diminuição na taxa de detecção de Aids no país, que passou de 21,9/100 mil habitantes (2012) para 17,8/100 mil habitantes em 2019, representando um decréscimo de 18,7%. A taxa de mortalidade por Aids apresentou queda de 17,1% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram registrados 12.667 óbitos pela doença e em 2019 foram 10.565.
Ações como a testagem para a doença e o início imediato do tratamento, em caso de diagnóstico positivo, são fundamentais para a redução do número de casos e óbitos por Aids.
Das 920 mil pessoas com HIV no país, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmite o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento antirretroviral. Em 2018, eram 593.594 pessoas em tratamento.
O Ministério da Saúde estima que cerca de 10 mil casos de Aids foram evitados no país, no período de 2015 a 2019. A maior concentração de casos de Aids está entre os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros. Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,4% do total de casos registrados.
HIV/ Aids e a Pandemia
O enfrentamento à doença não parou durante a pandemia da Covid-19. O Ministério da Saúde expandiu a estratégia de dispensação ampliada de antirretrovirais (ARV) de 30 para 60 ou até 90 dias. Hoje, 77% dos pacientes em tratamento tem dispensação para 60 e 90 dias, em 2019 eram 48%. Além disso, o uso de auto testes foi ampliado com o objetivo de reduzir o impacto na identificação de casos de HIV por conta da pandemia.
A pasta também garantiu a oferta de teste anti-HIV para pacientes internados com síndrome respiratória. Neste ano, até outubro, o Ministério da Saúde distribuiu 7,3 milhões de testes rápidos de HIV, 332 milhões de preservativos masculinos e 219 milhões femininos.
Transmissão do HIV
Se dá por meio de relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas, materiais perfurocortantes contaminados e não esterilizados e por meio da transmissão vertical durante a gravidez, parto e/ou amamentação, quando não tomadas as devidas medidas de prevenção.
Transmissão vertical do HIV
O maior número de gestantes infectadas com HIV (27,6%) está entre jovens de 20 a 24 anos. Em um período de 10 anos, houve um aumento de 21,7% na taxa de detecção de HIV em gestantes que pode ser explicado, em parte, pela ampliação do diagnóstico no pré-natal e a melhoria da vigilância na prevenção da transmissão vertical do HIV.
Em 2019 foram identificadas 8.312 gestantes infectadas com HIV no Brasil. O Ministério da Saúde atualizou o protocolo para prevenção de transmissão vertical do HIV, ou seja, quando é passado de mãe para filho.
Vale lembrar que o Brasil é signatário do compromisso mundial de eliminar a transmissão vertical do HIV e optou por adotar uma estratégia gradativa de certificação de municípios. A eliminação da transmissão vertical do HIV, assim como a redução da sífilis e da hepatite B, é uma das seis prioridades do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
A certificação possibilita a verificação da qualidade da assistência ao pré-natal, do parto, puerpério e acompanhamento da criança e do fortalecimento das intervenções preventivas.
HIV/ Aids infantil
De 2015 a 2019, houve redução de 22% na taxa de detecção de aids em menores de 5 anos. Passando de 2,4 em 2015 (348 casos) para 1,9 casos (270 casos) por 100 mil habitantes em 2019. A taxa de detecção de aids em menores de 5 anos tem sido utilizada como indicador para o monitoramento da transmissão vertical do HIV, quando a transmissão acontece durante a gestação, o parto ou amamentação.
Teste gratuito no SUS
Caso não tenha utilizado camisinha, é de extrema importância realizar o teste de HIV, gratuito no Sistema Único de Saúde. Em caso de diagnóstico positivo, a orientação é iniciar o tratamento o mais rápido possível para evitar o adoecimento por Aids. Com o tratamento adequado, o vírus HIV fica indetectável, ou seja, não pode ser transmitido.
HIV e Aids não são sinônimos
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana é o vírus causador da aids, que ataca células específicas do sistema imunológico (os linfócitos T-CD4+), responsáveis por defender o organismo contra doenças. Ao contrário de outros vírus, como o da gripe, o corpo humano não consegue se livrar do HIV. Ter HIV não significa que a pessoa desenvolverá aids; porém, uma vez infectada, a pessoa viverá com o HIV durante toda sua vida. Não existe vacina ou cura para infecção pelo HIV, mas há tratamento.
Aids – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é a doença causada pelo HIV, que ataca células específicas do sistema imunológico, responsáveis por defender o organismo de doenças. Em um estágio avançado da infecção pelo HIV, a pessoa pode apresentar diversos sinais e sintomas, além de infecções oportunistas (pneumonias atípicas, infecções fúngicas e parasitárias) e alguns tipos de câncer. Sem o tratamento antirretroviral, o HIV usa essas células do sistema imunológico para replicar outros vírus e as destroem, tornando o organismo incapaz de lutar contra outras infecções e doenças.
Redação Vida & Tal
Fonte: Ministério da Saúde