Para ajudar a entender melhor sobre a qualidade da alimentação dos brasileiros, que tem piorado nos últimos anos e refletido nas prevalências elevadas de obesidade e outras doenças crônicas no país, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) deu início ao Estudo NutriNet. De acordo com a instituição, para mudar esse quadro, é preciso ter o apoio da ciência, que é capaz de contribuir tecnicamente para o aprimoramento de políticas públicas de promoção da alimentação saudável em prol da saúde da população.
Sob coordenação do Dr. Carlos Augusto Monteiro, Professor Titular do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP e Coordenador Científico do Nupens/USP, o estudo conta com a participação de pesquisadores de várias unidades da USP (Saúde Pública, Medicina, Instituto do Coração – InCor) e de outras universidades e centros acadêmicos brasileiros (Unifesp, UFMG, UFRGS, UFPel), Fiocruz (Rio de Janeiro e Bahia) e Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O intuito do Estudo NutriNet Brasil é acompanhar as condições de alimentação e o estado de saúde de 200 mil brasileiros de todas as regiões do país por vários anos, identificando os padrões de alimentação, praticados por essa população, que previnem ou aumentam o risco de doenças. A relação entre alimentação e doenças crônicas é extremamente complexa e só pode ser analisada por estudos que acompanhem por longos períodos e detalhadamente as características da alimentação e o estado de saúde de um grande número de pessoas.
Estudos deste tipo, realizados em alguns países europeus e nos Estados Unidos, têm identificado padrões de alimentação que, claramente, protegem as pessoas de doenças crônicas, como a chamada “dieta mediterrânea”, ou, ao contrário, padrões que aumentam o risco daquelas doenças, como a chamada “dieta ocidental”. Entretanto, o conhecimento gerado por um estudo em determinado país nem sempre tem aplicação imediata em outros lugares, uma vez que padrões de alimentação tendem a ser específicos de cada país ou mesmo de cada região de um país. O Estudo NutriNet Brasil irá identificar padrões de alimentação efetivamente praticados nas várias regiões do Brasil e desvendar a relação desses padrões com o risco de obesidade, diabetes, doenças do coração, câncer e outras doenças crônicas que afetam milhões de brasileiros.
Campanha “Eu participo do #NutriNetBrasil, e você?”
Hoje, cerca de 90 mil brasileiros já participam da pesquisa, mas é preciso chegar a 200 mil pessoas. Um dos grandes desafios é alcançar todas as regiões e classes sociais, ambos os sexos e adultos de todas as idades. Compartilhe, divulgue!
Como participar do estudo
Para participar do Estudo NutriNet Brasil, é preciso residir no Brasil e ter idade mínima de 18 anos, além de ter acesso à internet. A participação é voluntária e exige que a pessoa realize um cadastro simples no portal do estudo: https://nutrinetbrasil.fsp.usp.br. Na sequência, uma mensagem para validar a inscrição é enviada ao endereço eletrônico informado. A partir deste momento, o participante já pode iniciar o preenchimento do questionário inicial. A cada 3 a 4 meses, o estudo disponibiliza novos questionários ao participante, que é avisado por e-mail e/ou SMS.
Redação Vida & Tal
Fonte: Nupens/Usp e Associação Brasileira de Nutrição (Asbran)