A Sociedade Brasileira de Metabologia e Endocrinologia (SBEM) publicou 10 principais informações sobre o colesterol. De acordo com a SBEM, embora esteja sempre associado aos riscos à saúde, o colesterol – quando em níveis controlados, é de extrema importância para o funcionamento do corpo humano. Confira abaixo as recomendações da médica Joana Dantas, presidente do departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da SBEM (2021/2022):
1. Colesterol é necessário ao organismo
O colesterol é um tipo de gordura que faz parte da estrutura das células do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. Ele é essencial para o funcionamento destas células. É importante para a formação de hormônios como a vitamina D, hormônios sexuais e até ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras da alimentação.
2. Excesso de colesterol é causa de infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral)
No sangue, o colesteroal circula ligado a lipoproteínas chamadas de HDL (colesterol bom) e LDL (colesterol ruim). O excesso de LDL é que está associado às doenças cardíacas. O excesso de colesterol bom (HDL), por outro lado, até protege das doenças cardíacas. Por isso, quando medimos o colesterol total no sangue, precisamos sempre saber o quanto se deve ao colesterol bom e o quanto se deve ao ruim. Só o ruim precisa ser tratado.
3. O excesso de colesterol ocorre por fatores genéticos e alimentares
Cerca de 70% do colesterol no sangue vem do fígado e apenas 30% vêm da alimentação. Depois de passar pela circulação sanguínea, o colesterol precisa ser removido novamente pelo fígado para formar bile. Os níveis de colesterol no sangue dependem, portanto, principalmente da capacidade do fígado em removê-lo. Isso varia de pessoa para pessoa.
4. Pessoas magras podem ter colesterol alto
É importante saber que ter excesso de peso não significa ter colesterol alto. Pessoas magras também têm colesterol alto. Isso porque os níveis de colesterol no sangue dependem muito mais da taxa de remoção do colesterol pelo fígado, que é genética. Se você tem um parente de primeiro grau (por exemplo: pai, mãe, irmãos) com colesterol alto, sua chance de ter colesterol alto é maior.
5. O colesterol ruim forma placa de ateroma
O excesso de LDL (colesterol ruim) causa doenças vasculares porque se deposita, sem dar sintomas, na parede interna das artérias e gradualmente vai formando uma placa chamada ateroma. Estas placas de ateroma vão obstruindo gradualmente as artérias e podem acabar causando Infarto agudo do miocárdio e AVC.
6. Importante controlar os outros fatores de risco
Leva muitos anos para uma placa de ateroma se desenvolver e, com isso, provocar infarto ou AVC. Quanto mais avançada a idade, maior o risco. É muito importante então, manter também os outros fatores de risco tradicionais bem controlados. Além dos níveis de LDL, é preciso controlar a glicose, a pressão, parar de fumar e reduzir o peso, quando excessivo.
7. É importante manter o estilo de vida saudável
O estilo de vida é fundamental na redução do risco de infarto e AVC. É importante fazer atividade física regular, evitar gorduras saturadas e gorduras trans (presentes em alimentos industrializados) e parar de fumar são medidas a serem seguidas. Os alimentos que mais aumentam o colesterol são o bacon, a pele da carne das aves, a manteiga, o creme de leite, a nata, as frituras, as salsichas, e embutidos e a carnes.
8. Todos acima de 10 anos devem dosar o colesterol
Todos os adultos e crianças acima de 10 anos devem dosar o colesterol e suas frações pelo menos uma vez. Se elevados, deve-se consultar um endocrinologista para definir o risco cardiovascular individual e planejar um tratamento adequado.
9. O tratamento é preventivo e permanente
O tratamento do colesterol deve ser preventivo e para a vida toda. O objetivo é reduzir o risco cardiovascular. Não adianta tratar por um período e depois abandonar o tratamento, pensando em cura. Na verdade, é importante buscar sempre o controle com tratamento e mudanças no estilo de vida.
10. O tratamento reduz mortalidade
As estatinas são as medicações mais importantes no controle do colesterol. O tratamento adequado reduz a mortalidade. A cada 40mg/dL de colesterol LDL reduzido, a mortalidade por infarto se reduz em 20%. Portanto, quanto mais alto o colesterol, mais importante é o tratamento.
Redação Vida & Tal
Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.