Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de testículo é relativamente raro, correspondendo a cerca de 5% dos casos de tumores que afetam o sexo masculino. No entanto, é importante destacar que a incidência da doença tem aumentado nos últimos anos, especialmente entre homens de 15 a 50 anos. A campanha Abril Lilás tem o objetivo de conscientizar a população da importância da prevenção e detecção precoce da doença.
De acordo com Victor Araújo, coordenador de Oncologia do Complexo Hospitalar de Niterói, pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de testículo incluem história familiar da doença, criptorquidia (quando um ou ambos os testículos não descem para a bolsa escrotal), síndrome de Down e infecção pelo HIV.
A conscientização sobre a doença se mostra fundamental, pois, de acordo com o Ministério da Saúde, quase um terço dos homens não tem o hábito de frequentar serviços de saúde e buscar auxílio na prevenção de doenças, o que pode levar a um diagnóstico tardio e comprometer as chances de cura.
“Por isso, é fundamental que a população masculina esteja atenta aos sinais e sintomas da doença, como a presença de nódulo ou inchaço no testículo, dor ou desconforto na região e sensação de peso no escroto”, acrescenta o dr. Victor Araújo.
O médico Luiz Henrique, diretor regional da Dasa Oncologia e oncologista do Hospital São Lucas Copacabana, ambos no Rio de Janeiro, aponta que é importante a conscientização do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura e a sobrevida dos pacientes com câncer de testículo, apesar de ser um carcinoma raro.
“É fundamental que os homens realizem regularmente o autoexame testicular e busquem atendimento médico caso detectem alguma anormalidade. Além disso, exames de rastreamento, como a ultrassonografia testicular, podem ser recomendados para identificar a presença de possíveis tumores”, explica o especialista.
Segundo o médico, o tratamento do câncer de testículo geralmente envolve a cirurgia para a retirada do testículo afetado, seguida de radioterapia ou quimioterapia. A escolha do tratamento vai depender do estágio do tumor e das características do paciente. É importante ressaltar que a retirada do testículo não afeta a fertilidade masculina nem a função sexual.
“É fundamental quebrar o tabu em relação à saúde masculina e incentivar os homens a cuidarem da saúde e do bem-estar. Com o tratamento correto, é possível obter uma terapêutica mais eficaz e qualidade de vida para os pacientes com câncer de testículo”, finaliza o especialista Luiz Henrique.
Redação Vida & Tal