O Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (Inca), preparou uma websérie sobre os prejuízos à saúde causados pelo tabagismo. O conteúdo, já disponível no canal do Youtube do instituto, reúne oito vídeos com cerca de um minuto e meio cada. Entre os assuntos estão os efeitos do cigarro no corpo, benefícios de parar de fumar, tabagismo passivo (inalação da fumaça do tabaco por pessoas que estão próximas aos fumantes), importância da família no tratamento e condutas saudáveis durante o período de abstinência.
A websérie resume o conteúdo terapêutico de orientações para deixar de fumar que já é usado no modelo de tratamento do tabagismo no Programa Nacional de Controle do Tabagismo. A iniciativa reforça a necessidade em promover ações de enfrentamento ao tabagismo e alertar sobre os riscos e impactos à saúde provocados pelo uso do cigarro.
No material audiovisual, os temas são tratados no formato de histórias em quadrinhos abordando situações frequentemente vividas por um fumante, contribuindo para a informação qualificada quanto aos riscos de exposição ao tabaco em qualquer idade.
No Brasil, 9,8% da população das capitais se declara fumante. O dado é do estudo da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. O índice aponta que no país há mais de 20 milhões de pessoas que fumam.
“Com o material estamos conseguindo falar de um assunto muito sério de uma maneira mais leve e lúdica. O objetivo é criar um envolvimento estimulando o interesse das pessoas. O tabagismo é uma dependência química grave, que compromete o poder de escolha entre parar e continuar fumando”, declara a chefe substituta da Divisão de Controle do Tabagismo da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA, Vera Borges.
A produção é uma parceria entre o INCA, a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Pandemia e os riscos à saúde
A pandemia da Covid-19 foi o gatilho para a iniciativa da realização da websérie. Os especialistas do INCA perceberam que, com o isolamento social, houve dificuldades para o início e a continuidade do tratamento nas unidades de saúde do SUS. De acordo com os especialistas, o isolamento traz maior risco aos tabagistas em fumarem mais, o que contribui também para casos de tabagismo passivo.
“Nesse momento, é provável que a população esteja se sentindo mais ansiosa ou deprimida, podendo provocar recaída daqueles que já haviam parado de fumar, ou até mesmo uma iniciação ao uso como forma equivocada de lidar com o estresse”, explica Vera Borges.
Tratando o tabagismo
Desde 2002, o Ministério da Saúde juntamente com as secretarias estaduais e municipais de Saúde vem organizando uma rede de unidades de saúde do SUS para oferecer tratamento gratuito do tabagismo para os fumantes que desejam parar de fumar. O tratamento, realizado por profissionais de saúde, é composto de avaliação individual e sessões de atendimentos individuais ou em grupo de apoio, nas quais o paciente fumante é orientado sobre os aspectos da droga que levam à doença tabagismo, como deixar de fumar, lidar e superar situações de risco que podem desencadear a vontade de fumar, e principalmente como viver sem cigarro.
Durante as quatro primeiras consultas, individuais ou em grupo, são fornecidos manuais de apoio com informações sobre cada uma das sessões. Quando avaliado como indicado, são também fornecidos medicamentos gratuitos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina.
Procure uma unidade de saúde próxima de sua casa ou trabalho e se informe sobre dias e horários de tratamento do tabagismo. Para conhecer outros locais de tratamento em sua região, entre em contato com a coordenação de tabagismo de seu estado através das Secretarias Estaduais/Municipais de Saúde.