O número de afastamentos por questões de saúde mental cresceu 28% no primeiro trimestre de 2025, segundo levantamento da VR, empresa de serviços para trabalhadores e empregadores. Entre janeiro e março, foram registrados 1.088 afastamentos entre funcionários de quase 30 mil empresas atendidas pela companhia, que somam mais de 1,2 milhão de trabalhadores. A média mensal saltou de 283 afastamentos em 2024 para 363 neste início de ano.
A ansiedade se manteve como o principal motivo dos atestados médicos. Os episódios ansiosos responderam por 57% dos casos. Transtorno de ansiedade generalizada apareceu em 18% dos afastamentos e o misto ansioso e depressivo em 17%. Já os episódios depressivos — leves, graves ou recorrentes — representaram 7% dos registros. Somados, esses diagnósticos indicam que mais de 90% dos afastamentos no período tiveram como pano de fundo quadros de ansiedade.
O relatório também detalha os setores mais afetados. O comércio e varejo lideram com 20% dos afastamentos, seguidos de consultorias e saúde (ambos com 12%), indústria (10%) e construção e mercado imobiliário (10%). Em termos geográficos, São Paulo concentrou quase metade dos casos (47%), enquanto Paraná teve 9% e Santa Catarina 5%. Rio de Janeiro, Goiás, Rondônia e Distrito Federal registraram 4% cada.
A VR contabilizou ainda um total de 3.149 dias de ausência nas empresas em função desses afastamentos, evidenciando o impacto contínuo da saúde mental nos ambientes corporativos brasileiros.