Na rotina de cuidados com a saúde e o corpo, os exercícios físicos estão entre as práticas mais indicadas pelos médicos, a fim de evitar o sobrepeso e muitas outras doenças decorrentes do sedentarismo. No entanto, os esportes de alto impacto, como o futebol, o vôlei e o basquete, merecem atenção especial de seus praticantes, no que diz respeito às possíveis lesões resultantes dessas atividades.
Exigindo movimentos rápidos e muitas vezes bruscos, com saltos e agachamentos ao longo dos jogos, os joelhos estão entre as articulações mais acometidas pela sobrecarga, conforme vivenciou Magic Paula, atleta referência do basquete brasileiro.
Aos 61 anos, Paula, que defendeu o Brasil por 22 anos na linha de frente da seleção do país, fala sobre sua experiência e recuperação, após uma artroplastia em seu joelho direito – substituição da articulação por uma prótese ortopédica – com o apoio de uma plataforma robótica, um caso recorrente em atletas de alta performance. Paula já havia feito uma cirurgia há alguns anos, para corrigir uma lesão de ligamento no mesmo joelho, por meio de técnica convencional, o que tornou a diferença entre os dois tipos de procedimento ainda mais nítida.
“Ter sido operada com o auxílio de um robô foi uma experiência única, sendo a primeira vez que isso aconteceu na minha vida, e senti muita rapidez na evolução da recuperação. Tentei conviver com a artrose, mas chegou um momento que eu tive que colocar uma prótese, pois comecei a perceber a limitação até mesmo em uma simples caminhada. Mesmo com a complexidade do procedimento, minha recuperação está sendo maravilhosa. Dois meses de cirurgia e já estou praticamente querendo voltar à ativa, mas sei da responsabilidade que tenho nesse pós-operatório, de recuperação. Sinceramente, estou muito feliz com esse procedimento”, declara a atleta.
Relação da artrose e esportes de alto impacto
Esportes de alto impacto, como o basquete, exigem bastante das articulações, especialmente as do joelho. Movimentos como saltos, desaceleração e mudança rápida de direção, podem favorecer lesões em ligamentos e cartilagens, que com o passar do tempo sofrem com os desgastes, levando aos quadros de artrose.
Em níveis severos, quando as articulações perdem partes importantes da cartilagem que separa os ossos, as dores e a falta de mobilidade tornam-se frequentes no dia a dia dessas pessoas. Tratamentos paliativos podem surtir efeito durante um período, mas em determinado momento, somente a artroplastia é capaz de devolver a autonomia e a qualidade de vida aos que passam por este processo.
As contribuições da medicina robótica
Embora as artroplastias de joelho sejam realizadas há muitos anos por médicos ortopedistas especializados, a chegada da medicina robótica no Brasil trouxe muitos avanços a esses procedimentos, com boas experiências relatadas tanto por profissionais da saúde, quanto por pacientes. A título de exemplo, a plataforma robótica ROSA® Knee System, desenvolvida pela Zimmer Biomet, foi projetada para ajudar os cirurgiões com precisão de cortes ósseos. Por meio dessas soluções, os procedimentos passaram a ser feitos de maneira muito mais personalizada, de acordo com a anatomia única de cada paciente.
“Os cirurgiões seguem à frente das cirurgias, mas contam agora com o apoio dessas soluções para otimizar esses procedimentos. A tecnologia presente em robôs como o ROSA, permite captar todos os dados anatômicos do paciente e alinhar as informações e imagens pré-operatórias, com a análise em tempo real, durante o ato cirúrgico. É possível fazer ajustes finos sobre as incisões, preservar os tecidos que revestem as articulações e encaixar a prótese com bastante precisão, de maneira personalizada para cada paciente”, explica Ana Paula Biazotto, especialista ROSA da Zimmer Biomet.
O retorno ao esporte
Passado o período de recuperação e a retomada da mobilidade e da qualidade de vida, os exercícios podem ser feitos com algumas restrições, sempre analisadas e direcionadas pontualmente pelo médico que acompanha o paciente. No caso de atletas, como a Magic Paula, a estrutura muscular, adquirida por anos de prática, pode contribuir para uma recuperação mais rápida e permitir que esportes de baixo impacto sejam realizados dentro de alguns meses.
“Pretendo voltar a jogar tênis e fazer caminhas mais longas sem dores, um objetivo que, segundo o médico, conseguirei em função da minha dedicação e disciplina nos exercícios de fisioterapia. Fiz a cirurgia há dois meses e ainda estou em recuperação, mas tenho certeza de que estarei muito melhor em breve, pois já estou com uma mobilidade considerável”, diz a atleta.
Redação Vida & Tal