Como diria o dramaturgo Nelson Rodrigues: “A arte imita a vida e a vida imita a arte”. Não é só no mundo dos modões sertanejos que a mulherada tem protagonizado o papel de beberrona, seja no palco, na plateia ou nas letras de canções como Bebi liguei e Passa mal, da cantora Marília Mendonça, 10%, Turma do AA e Ai eu bebo, da dupla Maiara & Maraisa, além de Hoje eu vou beber até amanhecer, das coleguinhas Simone e Simaria, entre tantos outros hits bem peculiar a nova safra de cantoras.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada essa semana pelo IBGE, apesar do tabagismo está em declínio no Brasil, o consumo de álcool vem crescendo, sobretudo entre as mulheres. O levantamento realizado em convênio com o Ministério da Saúde revelou que no ano passado, entre a população com 18 anos ou mais, a prevalência de usuários de produtos derivados de tabaco, fumado ou não fumado, de uso diário ou ocasional foi de 12,8% (20,4 milhões de pessoas), contra 14,9% em 2013.
Em 2019, 26,4% da população com a mesma faixa etária costumavam consumir bebida alcoólica uma vez ou mais por semana, o que representa aumento de 2,5 pontos percentuais em relação a 2013, quando esse percentual foi de 23,9%.
A proporção de homens que tinham o hábito de consumir bebida alcoólica ao menos uma vez por semana era de 37,1%, superior ao observado entre as mulheres (17,0%). Já a proporção de mulheres que consumiam bebida alcoólica uma vez ou mais por semana cresceu 4,1 pontos percentuais frente a 2013 (12,9%), enquanto o percentual dos homens ficou praticamente estável (36,3%).
Imprudência é maior entre os homens
Um dado preocupante é sobre o número de pessoas que dirigiram carro ou motocicleta após o consumo de bebida alcoólica – cerca de 7,2 milhões de pessoas colocaram a sua vida e a de terceiros em risco no Brasil. Do percentual de 17,0%, as taxas foram maiores entre homens (20,5%) do que entre as mulheres (7,8%).
Regionalmente, a proporção variou de 14,8% no Sul e no Sudeste a 23,4% no Norte. O ato de dirigir carro ou motocicleta após ingerir bebidas alcoólicas foi mais frequente na área rural (22,5%) do que na urbana (16,2%). Entre os grupos etários, esse hábito imprudente foi mais prevalente entre os condutores com 25 e 39 anos de idade (21,2%), e a menor proporção foi a dos idosos de 60 anos ou mais, com 11,0%.
Tolerância zero
Vale lembrar que em dezembro de 2012, foi sancionada a lei 12.760, aprovada pelo Congresso Nacional, com nova alteração no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que estabeleceu tolerância zero ao álcool e reforçou os instrumentos de fiscalização do cumprimento da Lei Seca: provas testemunhais, vídeos e fotografias passaram a ser aceitos como provas de que um motorista dirige sob efeito de álcool, no Brasil.
Quem for flagrado conduzindo embriagado pode ser multado em R$ 2.934,70, e o valor dobra se o motorista for flagrado novamente dentro de um ano. O condutor terá seu direito de dirigir suspenso por 12 meses, além de ter o veículo recolhido, caso não se apresente condutor habilitado e em condições de dirigir.
Redação Vida & Tal
Fontes: IBGE e Governo do Brasil