A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e o Instituto Estáter lançaram a campanha Alert(ar) com o objetivo de promover um acordo de cooperação para atuar conjuntamente na conscientização sobre a importância de se medir e monitorar os níveis de saturação de oxigênio no sangue, por meio da oximetria. A iniciativa pretende apoiar o enfrentamento da Covid-19 e reduzir a mortalidade e internação em UTIs, principalmente nas comunidades mais vulneráveis do país e dos chamados grupos de risco.
De acordo com dados e análises realizadas pelo Instituto Estáter, grande parte dos óbitos causados pela Covid-19 no mundo ocorreu fora das UTIs. A análise mostrou ainda que muitas dessas mortes, assim como a sobrecarga do sistema de saúde, ocorreram por conta da hipóxia silenciosa, doença que se caracteriza por não apresentar sintomas perceptíveis, na qual o paciente nem sempre se queixa de falta de ar, mas apresenta queda elevada no nível de oxigênio sanguíneo.
“A experiência mostra que pacientes co perda de oximetria constatada precocemente podem ser submetidos a métodos mais simples e menos invasivos de oxigenação ministrados ou apenas clinicamente ou em leitos de enfermaria, etapa anterior ao tratamento intensivo, com recuperação mais rápida”, explica Clovis Arns da Cunha, presidente da SBI.
O Instituto Estáter compila desde o início da pandemia uma base de informações de mais de 20 países diretamente de fontes primárias como ministérios da saúde ou secretarias de estado. As curvas de mortalidade por hipóxia silenciosa no mundo mostram que a medição do oxigênio das populações mais vulneráveis poderia ser um dos caminhos auxiliares para detecção e tratamento precoces da doença proporcionando uma redução importante na mortalidade.
“Mais de 70% das mortes por Covid-19 no mundo ocorrem fora as UTIs. Por isso, estabelecemos uma aliança baseada em protocolos e referências científicas, com atuações estruturadas, para agir de forma coordenada e reunindo recursos para apoiar os esforços e planejamento do sistema de saúde, assim como levar informações para a população por meio de suas entidades representativas e veículos de comunicação”, informa Pércio de Souza, fundador do Instituto Estáter.
Rede de apoio
O reconhecimento da importância da iniciativa reúne apoio institucional de empresas como O Boticário, Embraer, Gol, Grupo Ultra, Klabin e banco Voiter, assim como entidades da sociedade civil organizada (terceiro setor) como a CUFA (Central Única das Favelas) e o Todos Pela Saúde, além de entidades como Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) – todas mobilizadas para apoiar institucionalmente a campanha por meio de sua difusão e operacionalização do projeto.
Redação Vida & Tal
Fonte: Sociedade Brasileira de Infectologia