De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de testículo equivale a 5% do total de câncer em homens. Se descoberto ainda no início, a doença, mais comum em jovens na faixa dos 15 aos 40 anos – predominantemente entre 20 e 34 anos, é altamente curável. O jogador de futebol Jean Pyerre foi diagnosticado aos 23 anos enquanto fazia exames para ser transferido para um clube na Turquia.
“Um autoexame simples, durante o banho, pode detectar a doença na sua fase inicial, garantindo mais de 90% de chances de cura. Eu já operei um paciente de apenas 30 anos que infelizmente esperou demais para procurar ajuda apesar dos sinais do corpo, seu testículo estava muito maior do que o normal. O câncer dele já estava com metástase e a doença havia migrado também para pulmão e fígado. Se tivesse procurado um urologista logo que sentiu que havia algo diferente, teria 95% de possibilidades de não sofrer e nem ter nenhuma sequela”, destaca o urologista e cirurgião José Alexandre Araújo.
Riscos
Ainda de acordo com o Inca, o histórico familiar deste tipo de tumor, historia prévia em testículo contralateral, infertilidade, criptorquidia (não descida de um ou dos dois testículos para a bolsa escrotal) são alguns dos fatores que aumentam as chances de desenvolver o câncer de testículo. Por isso, recomenda-se que ainda na infância, seja realizado o exame do pediatra para verificar se ocorreu normalmente a descida dos testículos. Trabalhadores expostos a agrotóxicos também podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.
Diagnóstico precoce
O autoexame dos testículos é um hábito importante para o diagnóstico precoce desse tipo de câncer. Apesar de não haver protocolo determinado, a autoavaliação deve ser estimulada e assistência médica recomendada em caso de alterações ou dúvidas.
Tratamento
O tratamento inicial é sempre cirúrgico. Caso o nódulo seja pequeno e os marcadores tumorais sejam normais, pode-se optar por biópsia (retirada de um fragmento de tecido para ser examinado ao microscópio). O resultado do exame é dado ainda durante a cirurgia. Em caso positivo para câncer, o testículo é extraído, em parte ou totalmente. O mais comum é ocorrer a retirada completa do testículo afetado (marcadores previamente aumentados ou lesões maiores). A função sexual ou reprodutiva do paciente não é afetada, desde que o outro testículo esteja saudável.
O tratamento posterior poderá ser radioterápico, quimioterápico ou de controle clínico. A complementação dependerá de investigação, que avaliará a presença ou a possibilidade de disseminação da doença para outros órgãos.
Redação Vida & Tal