Você já foi surpreendida (o) pela presença de pequenas bolhas nas mãos ou nos pés? Faz ideia do que se trata? Vamos te contar. Trata-se da disidrose, uma erupção sudoral súbita localizada nas mãos, mais frequentemente, e nos pés. Caracteriza-se por numerosas vesículas (pequenas coleções líquidas na pele) que lembram os grãos de sagu, o que se deve à infiltração sudoral entre as células da pele, e também podem se agrupar formando bolhas maiores.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a disidrose costuma involuir entre uma a três semanas, porém pode se tornar crônica. Predominante na faixa entre os 20 e 40 anos de idade, a disidrose acomete ambos os sexos. É mais comum nos meses mais quentes, sobretudo o verão, e se associa com frequência à hiperidrose.
Sintomas
O quadro clínico, geralmente, é caracterizado pelo acometimento simétrico e bilateral, mais frequentemente das mãos do que dos pés. Na fase aguda, as vesículas apresentam conteúdo líquido incolor e são localizadas, preferencialmente, nas superfícies laterais e dorsais dos dedos. Elas podem ser mais ou menos dolorosas, principalmente quando estão infectadas por bactérias.
– A coceira está quase sempre presente e pode ser dolorida, sendo aliviada com a descompressão das vesículas ou bolhas por perfuração ou incisão.
– Quando houver lesão da região plantar, o exame micológico para a procura de origem fúngica se faz necessário.
– O quadro clínico pode se tornar crônico com descamação, aumento da espessura da pele e fissuras na região palmar ou plantar impedindo as atividades profissionais.
Causas
– Pode ser de origem exógena (fatores externos ou de contato) ou origem endógena (fatores internos do indivíduo)
– Pode ser agravada e/ou até mesmo desencadeada por fatores emocionais.
– Outras erupções disidrosiformes nas mãos que não têm relação com a sudorese.
Origem exógena
– Nesse caso, há uma dermatite de contato por irritante primário, a dermatite de contato alérgica, alergênicos ingeridos ou inalados, infecções essencialmente fúngicas e as farmacodermias por penicilina, piroxicam e imunoglobulina intravenosa.
Origem endógena
Quando a natureza é endógena, há a possibilidade diagnóstica de psoríase, de dermatite atópica e de outros quadros de dermatites ou eczemas mais raros, de origem desconhecida. Há um nítido predomínio de casos de erupção disidrosiforme em mulheres.
Tratamento
– Na fase aguda, o tratamento consiste em compressas ou banhos de permanganato de potássio ou água boricada a 2%, de duas a três vezes ao dia, até a melhora das lesões.
– Um creme de corticoide de alta potência, ou pasta d’água, pode ser usado associado às compressas, ou após a melhora do quadro. Nos casos graves, o uso de corticoide por via oral está indicado.
– Em casos que não respondem à terapia convencional pode-se utilizar imunossupressores e/ou PUVA terapia tópica. Na fase crônica são utilizados cremes e pomadas de corticoide, tacrolimo, pimecrolimo e coaltar.
– A radioterapia superficial com raios Grenz (raios X suaves) deve ser considerada nesta fase.
Prevenção
– Como medidas gerais, é recomendável limitar a lavagem das mãos a duas a três vezes ao dia, e de maneira cuidadosa;
– O uso de detergente e sabonetes em contato pode piorar o quadro e deve ser evitado por meio de luvas de vinil, que são melhores que as de látex.
– Medidas que combatem a hiperidrose, como iontoforese e toxina botulínica, podem ser indicadas em casos específicos.
– Na fase crônica, deve ser estimulado o uso de cremes hidratantes várias vezes ao dia.
Redação Vida & Tal
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).