Testar, testar, testar. Apesar da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), como forma de controlar a disseminação do novo coronavírus, no Brasil a testagem ainda é baixa e sem testes disponíveis em larga escala. Outro fator que contribui para o baixo índice de testagem no país é a resistência em realizar o RT-PCR, a exemplo do produtor de vídeo Hugo Villarroel – que após passar pela experiência, optou pelo teste sorológico.
“Tenho rinite alérgica e aquele cotonete me irritou muito. Cheguei a lacrimejar de tanto incômodo. Da outra vez, acabei adiando e fazendo o IgM-IgG”, revela, Villarroel.
De acordo com a a bióloga do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ), Cláudia Izidro, para pessoas como que têm maior sensibilidade capilar ou que precisam repetir o PCR com regularidade, a opção ideal é o PCR realizado a partir da coleta de saliva.
“O PCR que utiliza aquela haste comprida para retirar material do nariz ou da garganta pode causar incômodo, principalmente em quem tem desvio de septo e em pessoas com maior sensibilidade na região. Pode acontecer de estourar um vasinho e o nariz sangrar. O teste que utiliza a saliva não é invasivo e tem a vantagem de ficar pronto em até 24 horas”, esclarece.
No entanto, a infectologista Isabella Albuquerque defende que o médico é quem deve definir o melhor teste de acordo com a situação do paciente. “É preciso considerar se o paciente é ou não sintomático e há quanto tempo está com os sintomas”.
A especialista esclarece que na fase inicial da infecção, até o sétimo dia, a carga viral presente no paciente é alta e, neste período, os testes mais recomendados são o PCR e o teste rápido de antígeno.
“A partir do sétimo, até o 10º ou 15º dias, já se tem os primeiros anticorpos detectáveis, que são da classe IgA e IgM e do 15º dia em diante, começa a produção do anticorpo de fase tardia, que é do tipo IgG”, comenta.
Izidro, que coordena o laboratório do Hospital, chama atenção para os resultados falsos positivos. A bióloga também alerta que o paciente que já teve contato com o vírus não está imune a uma nova infecção.
“Hoje sabemos que o vírus permanece vivo dentro da célula do nariz por até três meses, no entanto isso não significa que o paciente esteja transmitindo o vírus. É o que nós chamamos de resíduo de RNA do vírus”, explica. A bióloga também alerta que o paciente que já teve contato com o vírus não está imune a uma nova infecção. Então, de olho nos testes:
RT-PCR para SARS-CoV-2 de nasofaringe
Feito a partir da pesquisa do material genético do vírus retirado de amostras coletadas por swab da nasofaringe. Deve ser feito no início dos sintomas até, no máximo, o 7º dia. Indicado também para pessoas assintomáticas que tenham tido contato com alguém infectado. No HSVP, o resultado fica pronto em até 72h.
RT_PCR para SARS-CoV-2 por saliva
Ideal para pessoas que precisam realizar o teste com regularidade e têm restrição para a coleta de nasofaringe, como maior sensibilidade na região ou desvio de septo, por exemplo. Neste caso, uma pequena quantidade de saliva é coletada em um frasco estéril. Deve ser feito no início dos sintomas até o 7º dia, no máximo. Também indicado para pessoas assintomáticas que tenham tido contato com alguém infectado. No HSVP, o resultado fica pronto em até 48h.
Pesquisa do antígeno de SARS-CoV-2
Teste imunológico que busca partes da estrutura do vírus em material coletado por swab de nasofaringe. Deve ser feito no início dos sintomas até, no máximo, o 7º dia. Não indicado para pessoas assintomáticas. O resultado fica pronto em até 30 minutos.
Sorologia – Testes IgG e IgM
Os anticorpos IgG podem ser detectados a partir do 14º e 15º dias do início dos sintomas e indicam que o organismo foi exposto ao contágio, já está curado e adquiriu anticorpos. O IgM revela se o paciente esteve contaminado recentemente ou ainda está com a infecção ativa. O resultado do IgM não reagente, significa que já passou a fase de transmissão.
Importante!
Os testes sorológicos não devem ser realizados para o diagnóstico da infecção na fase aguda. E o ideal, para descartar a possibilidade de transmissão da doença, é que os exames sejam feitos juntos.
Redação Vida & Tal
Fonte: Sb Comunicação