Permanecer muito tempo sentado, seja no trabalho, em casa, em repouso pós-operatório ou em viagens longas, diminui a velocidade do sangue nos vasos, dificulta a circulação e pode causar trombose. De acordo com dados publicados pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (Sbacv), a estimativa é de existam 60 casos de Trombose Venosa Profunda (TVP) para cada 100.000 habitantes ao ano. Mais comum após 40 anos de idade, entre 25 e 35 anos, a incidência é de cerca de 30 casos/100.000 pessoas. Já entre 70 a 79 anos, essa incidência chega a 300-500 casos para cada 100.000 pessoas por ano.
Hoje, 13 de outubro, o Dia internacional de conscientização da trombose, o Vida & Tal traz informações de um especialista para te ajudar a entender um pouco mais sobre a enfermidade e como evitar.
“A trombose é um termo que se refere à condição na qual há o desenvolvimento de um ‘trombo’, um coágulo sanguíneo, nas veias das pernas e coxas. Esse trombo entope a passagem do sangue. E isso pode ser extremamente perigoso”, alerta a cirurgiã vascular e angiologista, Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (Sbacv).
Segundo a médica, a trombose geralmente vai se manifestar com um quadro de dor na perna, principalmente na panturrilha, associado a inchaço persistente, calor, sensibilidade e vermelhidão o que vai levar quase sempre à procura de ajuda médica.
“Em casos mais raros um pequeno coágulo pode se desprender e correr pela circulação até chegar ao pulmão, o que os médicos chamam de Embolia Pulmonar e pode causar dor no peito, tosse, cansaço, falta inesperada de respiração e em casos mais graves a morte súbita”, declara a médica.
De acordo com a angiologista existem pessoas com agravantes individuais que as deixam mais vulneráveis, como dor na perna, obesidade, tabagismo, uso de hormônios (pílula anticoncepcional), portadores de qualquer tipo de câncer, portadores de Trombofilias (doença do sangue que deixa maior predisposição a coagulação sanguínea) e qualquer condição que aumente a imobilização (gesso, deficientes físicos, fraturas), gestantes, idosos e portadores de varizes.
Entendendo o problema
Para explicar a trombose, é necessário entender como funciona a circulação das pernas. O coração bombeia o sangue de alta pressão que vai irrigar todos os tecidos e depois esse sangue retorna para o pulmão pelo sistema venoso para ser oxigenado novamente. Enquanto o coração é o grande protagonista do sistema arterial, a musculatura da panturrilha é o principal responsável pelo retorno efetivo do sangue para o pulmão.
“Dessa forma, é fácil imaginar que qualquer situação onde a panturrilha não funcione adequadamente vai piorar a circulação, diminuindo a velocidade do sangue dentro das veias”, complementa.
Prevenindo a trombose
Algumas medidas muito simples podem evitar o quadro. Para pessoas com propensão a problemas vasculares, segundo a médica, o ideal é também introduzir alguns hábitos para ativar a circulação, como:
– Realizar exercícios movimentando os pés a cada hora de trabalho sentado;
– Levantar a cada hora e andar para movimentar um pouco as pernas;
– Beber muita água;
– Para alguns casos, usar meias de compressão para conforto e melhor rendimento.
A angiologista alerta para a necessidade de adotar hábitos de vida saudáveis, como a prática de atividades físicas, especialmente após os 40 anos.
“Como depois dessa fase da vida temos uma mudança na estrutura corporal, perdendo massa magra (musculatura), aumento da incidência de outras doenças associadas (hipertensão e diabetes), além do processo normal de envelhecimento, esse grupo deve estar mais atento aos cuidados do dia a dia”, finaliza.
Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557
http://www.alinelamaita.com.br/
Redação Vida & Tal
Fonte: Holding Comunicações